Em abril de 2005, a Universidad Nacional de Tres de Febrero, com o apoio do INDEC (Instituto Nacional de Estadísticas y Censos), iniciou um censo no qual constará um levantamento quantitativo sobre a população afro-descendente na Argentina. Tal arrolamento não é feito oficialmente há mais de cem anos, uma vez que o último em que foi incluída a pergunta sobre ascendência racial data de 1887, quando 1,8% da população em Buenos Aires declarou ser de origem negra. Hoje estima-se que a população afro-descendente na capital argentina totaliza 4%, segundo a Universidade de Buenos Aires.Entretanto, tais números nem sempre foram tão inexpressivos. Em 1810, um em cada três portenhos era afro-descendente. Daí a importância da obra Buenos Aires negra, de autoria do arqueólogo Daniel Schávelzon da Universidade de Buenos Aires, que diante do silêncio das fontes documentais convencionais, buscou a presença dessa população pela via de seus resquícios materiais.Muitos dos viajantes que passaram por Buenos Aires no início do século XIX apontaram apenas 50% da população como branca. Há que se levar em conta a subjetividade dos números disponíveis, seja pela dificuldade de se definir quem era ou não branco, seja pela entrada de escravos contrabandeados. Segundo Schávelzon, entre 1606 e 1625, menos de 5% dos escravos que desembarcaram em Buenos Aires foram legalmente contabilizados.O fato é que milhares de africanos foram levados para a Argentina como mão-de-obra escrava a partir do século XVI e no entanto, hoje o país apresenta cifras tão reduzidas de populações afro-descentes. O que teria acontecido? Daniel Schávelzon aponta vários possíveis fatores que já foram amplamente debatidos por estudiosos do tema: a epidemia de cólera em 1861 ou a
Resumo A participação nos lucros e resultados (PLR), desde a década de 1990, encontra-se inserida no cotidiano das empresas brasileiras. A intenção deste artigo foi investigar como uma organização responde a demandas institucionais conflitantes durante todo o período entre a adoção e o esmaecimento de uma prática. Foi realizado um estudo de caso longitudinal em indústria paulista que implantou e utilizou a PLR, abrangendo o período de 20 anos. Este artigo mostra como as respostas organizacionais podem se alterar ao longo do tempo. Aquiescência foi a resposta inicial, seguida por um processo de dissociação (decoupling) e diluição. Esta dinâmica de respostas deu-se em ambiente em que lógicas institucionais alteravam seu domínio relativo. No início, a participação nos lucros e resultados era pouco conhecida, sendo fortes os apelos favoráveis à sua implantação em consonância com a lógica de aumento de produtividade. Com o passar do tempo, contudo, houve o fortalecimento da lógica da PLR como instrumento de proteção social ao trabalhador. Mesmo fortalecida no campo institucional sua representação interna foi postergada devido a abalo externo (jolt) e a estratégias de influência e cooptação utilizadas pelo grupo detentor de maior poder. Enquanto a literatura descreve que tal grupo impõe sua visão quando há diferentes representações internas das lógicas conflitantes, os resultados sugerem que tal fato ocorre mesmo quando somente uma lógica é representada internamente. O estudo contribui para o tratamento da representação interna das lógicas como um processo dinâmico, sujeito à interferência de atores e de jolts ambientais.
Esta pesquisa visa obter respostas sobre quais indicadores de desempenho são utilizados pelas indústrias automotivas em seus sistemas de incentivo, ou seja, em seus acordos de participação nos lucros e resultados (PLR). Foram analisados 39 acordos de PLR, que tiveram seus indicadores de desempenho agrupados em seis classes: financeiros, qualidade, flexibilidade, produtividade, clientes e recursos humanos. Entre os resultados obtidos detectou-se a presença maciça de indicadores não-financeiros tradicionais, não tendo sido encontrados indicadores de desempenho mais voltados à inserção socioambiental da empresa, por exemplo, indicadores relacionados ao seu impacto ambiental. O predomínio de indicadores de produtividade e de qualidade remete à possibilidade do uso de indicadores não-financeiros como <em>proxies</em> de indicadores financeiros em ciclos econômicos em que há a expansão das atividades industriais. Após a exploração dos resultados, sugere-se que trabalhos futuros considerem o estudo da composição do grupo de indicadores juntamente com fatores que impactam a escolha dos indicadores, tais como posicionamento estratégico e sofisticação tecnológica.
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