Resumo: Recentemente, no Brasil, implementaram-se diversas políticas destinadas à ampliação do acesso dos jovens à educação superior. Iniciativas como REUNI, PROUNI e Lei das Cotas foram decisivas para o grande aumento do número de estudantes na Educação Superior. Este artigo descreve e analisa como as referidas políticas foram apropriadas e implementadas pelas universidades públicas brasileiras, tomando como referência empírica a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Por meio de métodos e técnicas de pesquisa qualitativa (análise documental) e quantitativa (questionário institucional fechado), a pesquisa revelou significativa mudança no perfil dos jovens ingressantes na universidade pública em estudo. As políticas institucionais de acesso trouxeram para a universidade estudantes jovens, mulheres, com baixa escolaridade e renda familiar até três salários mínimos. Palavras-chave: Políticas de educação superior. Juventude. Políticas de acesso. UFFS. Poor Youth at Public Universities: Access and permanenceAbstract: Public policies have been recently implemented in Brazil to expand access of youth to higher education. Initiatives such as REUNI, PROUNI and quota laws were decisive for the strong increase in the number of students in higher education. This article describes and analyses how these policies were appropriated and implemented by Brazil's public universities, using as an empiric reference the Federal University at the Southern Border (UFFS). Using qualitative research methods and techniques (document analysis) and a quantitative method (a closed institutional questionnaire) the study revealed a significant change in the profile of the youth who have entered the public university studied. The institutional policies for access brought to the university youths and women with less educational preparation and family income up to three minimum wages.
Resumo: Neste artigo apresentam-se os resultados de uma dissertação de mestrado na qual se objetivou investigar as políticas de acesso e as ações afirmativas implementadas pela Universidade Federal da Fronteira Sul. A UFFS foi criada com o propósito de expandir e interiorizar o ensino superior público e se insere a um conjunto de políticas públicas que visam combater a privatização e o elitismo na educação superior.O estudo concentrou-se na análise dos dados dos 2.123 estudantes que ingressaram nos cursos de graduação da Instituição em 2012. A pesquisa revelou que a política de acesso implantada pela UFFS foi além da "Lei das Cotas" e trouxe para a universidade pública os filhos dos trabalhadores do campo e da cidade, mulheres (63,5%), egressos do ensino médio público (97,4%), oriundos de pais com baixa escolaridade e com uma renda familiar média de até três salários mínimos (69,3%). Palavras-chave:Educação superior. Políticas de acesso na educação superior. "Lei das Cotas". UFFS. Abstract: In this article it is presented the results of a master dissertation in whichthe objective was to investigate the access policies and the affirmative actions taken by the Federal University of the Southern Border. UFFS was created with the pur-_______________ Joviles Vitório Trevisol, Rosileia Nierotka pose of expanding and internalizing the public higher education and it is part of a set of public policies that aim to combat the privatization and the elitism of the higher education. The study focused on the analysis of the data from the 2,123 students who entered in the institution's graduation programs in 2012. The survey revealed that the access policy implanted by UFFS went farther than "the Quotas Law" and brought to the public university workers' children from the country and the city, women (63.5%); public high school graduates (97.4%); those whose parents have low education and an average family income of up to three minimum salaries (69.3%). Keywords: Higher education. Access policies in the higher education; "Quotas Law" UFFS. 1 INTRODUÇÃO Diferentemente do que muitos fazem crer, o Brasil não é um país pobre; é uma nação rica que convive com a pobreza e alimenta os mecanismos (re)produtores das desigualdades e das injustiças sociais. Como tão bem descrevem inúmeros intérpretes da sociedade brasileira, como Gilberto Freyre (1999), Sérgio Buarque de Holanda Mata (1979) e tantos outros, a desigualdade social é uma das dimensões estruturantes da formação do Brasil desde o seu "achamento", em 1500. Contribuiu para a (re)produção das desigualdades sociais, uma série de fatores, entre estes a distribuição desigual da terra, o sistema escravocrata e o analfabetismo. Em 1822, transcorridos mais de três séculos da presença portuguesa no Brasil, apenas 10 em cada 100 brasileiros sabiam ler e escrever (GOMES, 2010). O salário de um profesor nessa época equivalia a uma terço do pago a um feitor de escravos nas fazendas. Em 02 de setembro de 1822, em discurso proferido nas Cortes de Lisboa, o então deputado brasileiro pela Provínc...
Este livro apresenta os resultados de uma pesquisa que teve o objetivo de investigar as políticas de acesso e as ações afirmativas implementadas pela UFFS, com o propósito de compreender como tais políticas contribuem para o processo de democratização da educação superior pública brasileira. Ao tomar a UFFS como objeto de estudo, foi possível considerar que as suas políticas de acesso e ações afirmativas contribuem para a democratização da educação superior pública brasileira. No entanto, é necessário considerar que se trata de uma instituição ainda muito jovem. Ainda há muitos desafios e questionamentos para que, de fato, possa se consolidar como uma universidade inclusiva, com uma educação pública e de qualidade. Mesmo sendo jovem, os resultados demonstraram que a UFFS, desde sua criação, priorizou a escola pública em suas políticas de acesso.
A compreensão do perfil e dos aspectos institucionais e acadêmicos que envolvem os estudantes cegos no ensino superior se mostra de grande relevância para a reflexão sobre a efetividade das políticas afirmativas já existentes e como forma de subsidiar ações mais assertivas em relação ao atendimento especializado a esse público. O artigo é de cunho quantitativo e exploratório baseado em dados secundários dos microdados do Censo do Ensino Superior de 2018 (CenSup). Ele descreve o perfil e a inserção de estudantes cegos em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas brasileiras, de acordo com características sociodemográficas e institucionais. Os dados foram analisados utilizando estatística descritiva. Em 2018, 2.537 estudantes cegos haviam se matriculado, 37,8% em IES públicas e 62,2% em IES privadas. Nesse cenário, duas questões orientam este estudo: em que tipo de instituição e área de conhecimento se dá a inserção desses estudantes? E, qual seu perfil sociodemográfico? Os resultados mostram a prevalência de matrículas de estudantes cegos na rede privada, distribuídas em 462 Instituições de Ensino Superior (IES), principalmente no segmento universidades (60,9%) e na modalidade de ensino presencial (75,8%). Os cursos superiores mais frequentados são nas áreas de Educação, Negócios, Administração e Direito. A maioria desses estudantes é do sexo masculino (55%), autodeclarados brancos (45,4%) e na faixa etária de até 30 anos de idade (62,9%).
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