Focalizam-se a concordância nominal de número e a concordância verbal de terceira pessoa do plural em variedades urbanas do Português Europeu, do Português do Brasil e do Português de São Tomé, com base na fala de indivíduos de níveis fundamental, médio e superior de instrução, distribuídos, ainda, por três faixas etárias e sexo. Com o objetivo de descrever as referidas variedades, o trabalho avalia as motivações de natureza estrutural e social segundo os pressupostos da Teoria da Variação e Mudança (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968). Os resultados das diferentes análises, desenvolvidas no âmbito do Projeto Estudo comparado dos padrões de concordância em variedades africanas, brasileiras e europeias do Português, sugerem que, embora as três variedades manifestem tendência à adoção da regra de concordância tanto no Sintagma Nominal quanto no Sintagma Verbal, a concordância apresenta estatuto diferenciado. No Português Europeu, os dados revelam um comportamento que não pode ser considerado efetivamente variável - trata-se, nos termos de Labov (2003), de uma regra categórica no âmbito da concordância nominal e semicategórica no âmbito da verbal; no Português do Brasil e no Português de São Tomé, ambas as regras são variáveis.
We focuse on plural agreement within the Noun Phrase in urban varieties of Portuguese, in the light of Theory of Variation and Change assumptions (Weinreich, Labov, Herzog, 1968) and based on the speech of individuals with fundamental, medium and superior education level, distributed, yet, for three age groups and sex. We suggest that nominal agreement is a categorical rule in European Portuguese and a variable rule in Brazilian Portuguese and in São Tomé Portuguese, although these two varieties tend to adopt the canonical plural marking. The variable rule implementation is strongly determined by the linear and relative position of the constituent within the Noun Phrase and dependent on the action of external factors, among which education level, that seems congregate different aspects that characterize individuals from social point of view.
Resumo: Neste texto, focaliza-se o -R retroflexo no Português do Brasil, no intuito de fazer um levantamento de alguns registros de sua ocorrência em diferentes falares, sem discriminar suas manifestações como tepe ou como aproximante. Com base nos trabalhos comentados, indicam-se, num mapa, suas áreas de abrangência. Palavras chave: Português do Brasil; Variação lingüística;-R retoflexo. Abstract:In this paper, retroflex -R is observed in Brazilian Portuguese, in order to make a survey of some registers of its occurrence in different dialects (realizations as a tap or an approximant are not discriminated). On the basis of the reported studies, the areas where it appears are indicated in a map. Key Words: Brazilian Portuguese; Linguistic variation; Retroflex -R.Resumen: En este texto, se enfoca la -R retrofleja nel Portugués de Brasil, con el objetivo de hacer un inventario de algunos registros de su ocurrencia en diferentes dialectos (no se discriminan sus concretizationes como tap o como aproximante). Basado en los trabajos comentados, se indican, en un mapa, sus areas de abrangencia. Palabras clave: Portugués de Brasil;Variación lingüística; R retrofleja. IntroduçãoDentre os tipos de pronúncia que diferenciam o Português do Brasil das demais variedades do Português, as mais significativas são, sem dúvida, as realizações retroflexas de -R. Mencionadas, desde inícios do século passado, nos primeiros estudos de natureza dialectológica, até hoje se procura determinar sua origem, tanto do ponto de vista fonológico, quanto do ponto de vista sócio-histórico. Neste artigo, busca-se (a) fazer um levantamento de alguns registros de sua ocorrência (sem discriminar suas manifestações como tepe ou como aproximante), bem como dos contextos em que incide e, (b) com base nesse levantamento, realizado em trabalhos de diferentes SIGNUM: Estud. Ling., Londrina, n.10/2, p. 265-283, dez. 2007
Focaliza-se o apagamento dos róticos nas variedades urbanas do Português de São Tomé (PST) e do Português de Moçambique (PM) à luz dos princípios teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança. Objetiva-se discutir os fatores estruturais e sociais que condicionam a queda do R em coda externa. Realizaram-se análises controlando variáveis estruturais e também as variáveis sexo, faixa etária e nível de escolaridade, frequência de uso de um crioulo (esta em relação ao PST), status do Português (L1 ou L2) e línguas faladas pelo informante (em relação ao PM), as três últimas com o propósito de verificar possíveis influências das línguas locais, devido à situação multilinguística nessas áreas. Os resultados das análises demonstram que a queda do R no PST é mais frequente do que no PM e que as variáveis sociais se mostraram muito salientes para a definição desse quadro.
A concordância nominal talvez seja, juntamente com a concordância verbal, um dos temas mais focalizados no âmbito do Português do Brasil (PB). Em todas as variedades, as rurais e as urbanas, nos diferentes pontos do país, ela constitui uma regra variável, com fortes implicações sociolinguísticas, uma vez que o cancelamento da marca de plural tem caráter estigmatizante.A observação do fenômeno, embora de forma assistemática, remonta aos primeiros trabalhos dialectológicos, em que já se chamava a atenção para o fato de a marca de número se encontrar predominantemente no primeiro constituinte do sintagma nominal, em exemplos como "Estas carta não são as minha", dado por Amaral (1976 [1920]), ou "grandes coisa/coisas grande", fornecido por Marroquim (1945). A partir da década de 1970, com a difusão no Brasil da Sociolinguística Variacionista, o tema é retomado, gerando uma série de estudos como os de Braga; Scherre (1976), Braga (1977, Scherre (1978, 1988), Guy (1981), para só mencionar os pioneiros nessa linha. A esses trabalhos seguiram-se vários outros, como os realizados, individualmente ou em conjunto, por Naro e Scherre, e por diversos doutorandos e mestrandos.
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