Este artigo trata da relação entre a convencionalidade na língua e o humor. Para tanto, apresenta uma categorização de combinações consagradas, desde colocações a fórmulas discursivas, e discute como se prestam à criação do humor. Na qualidade de categorias convencionais, são combinações fixas ou semifixas "prontas para o uso" e decodificadas como um todo. O humor aqui apresentado é lingüístico e obtido pela manipulação/literalização dessas combinações, quebrando a expectativa do ouvinte/leitor. A estreita associação entre o domínio da convencionalidade e a fluência numa língua leva à não compreensão do humor pelo falante não fluente.This article discusses the relationship between conventionality in language and humor. It puts forward a categorization of ready-made combinations, from collocations to discourse formulas, highlighting the mechanisms in which they are used to create humor. As ready-made combinations, they are fixed or semifixed expressions decoded as a linguistic whole. Humor is achieved by manipulating these combinations so as to cause a breach in the listener's/reader's expectations. Because mastery of linguistic conventionality is closely associated with fluency, and humor relies highly on a breach of conventionality, it is claimed that lack of fluency prevents full comprehension of humor.Há diversas teorias que se propõem a explicar o humor, entre elas a da incongruência, que é a que adotaremos aqui. Segundo essa teoria, o humor é obtido quando há incongruência entre o que é esperado e o que de fato ocorre. Se entendermos "aquilo que é esperado" como o convencional na linguagem, ou seja, aquilo que foi consagrado pelo uso, podemos afirmar que o humor pode ser obtido através da quebra da convencionalidade.Mas o que vem a ser a convencionalidade da linguagem? Em primeiro lugar, convém deixar claro que estamos nos referindo a um segundo nível de convencionalidade, não o do signo, mas o nível da combinação das palavras. Estamos falando do nivel sintagmático, das combinações lexicais consagradas ou, nos termos atuais, da fraseologia ou linguagem formulaica, mais especificamente para nossos propósitos, das colocações.
A Linguística de Corpus tem-se mostrado um recurso valioso para a extração de candidatos a termos e unidades fraseológicas a partir de corpora especializados (Bowker & Pearson 2002). Na realidade, trata-se de uma abordagem relativamente nova já que a maioria dos glossários baseia-se, em geral, em material similar anteriormente existente. Embora haja muitos glossários no mercado, poucos foram compilados para atender às necessidades dos tradutores, cuja principal tarefa na tradução técnica é produzir um texto natural e fluente, seja na sua língua nativa, ou em uma língua estrangeira. Por essa razão, um glossário que consiste simplesmente de uma lista de termos e seus equivalentes não será satisfatório para o tradutor. Como produtores de texto, os tradutores precisam saber como a palavra é usada, ou seja, com quais palavras combina (Firth 1957; Sinclair 1991). Além disso, a linguagem técnica abriga termos que consistem de várias palavras assim como unidades fraseológicas ainda mais longas. A compilação de glossários era abordada no Curso de Especialização em Tradução na Universidade de São Paulo como metodologia para melhorar o conhecimento especializado dos alunos. Após algumas experiências, verificou-se que a abordagem condizia com o que Shreve (2006) chamou de “prática deliberada”, metodologia que contribui para o desenvolvimento das habilidades de pesquisa e de tradução dos alunos, levando à aquisição de conhecimento e de técnicas especializados (Maia 1997, 2002; Tagnin 2002), de que os aprendizes poderão se valer em qualquer área na qual venham a trabalhar. Este artigo descreverá como isso foi realizado em várias ocasiões, ou seja, com o recurso a uma abordagem baseada em corpus, e ilustrará, com exemplos de vários projetos, os passos seguidos.
Although there are many English–Portuguese technical glossaries on the market, very few are designed to meet the specific needs of translators, whose main task is the production of an idiomatic text either in the mother tongue or in the foreign language. For that purpose, a mere list of monolexical terms (usually based on previous compilations or abstract conceptual schemata, and their equivalents) will not suffice. Most importantly, the producer of a text needs to know how a word is used in context, and this can be inferred from the observation of authentic examples. Corpus Linguistics has proved to be an invaluable tool in retrieving technical terms and phraseologies from corpora. In this paper, we employ a corpus-based methodology or, more precisely, the ‘corpus-driven approach’, to compile a bilingual, monodirectional English–Portuguese glossary of cooking terms ( Teixeira and Tagnin, 2008 ), covering the various stages of the project, with an emphasis on the identification of candidate terms, and their subsequent validation through the generation of frequency and keyword lists using the lexical analysis software, WordSmith Tools.
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