Este artigo tem por objetivo principal discutir a visita domiciliar em saúde mental, refletindo acerca dos sentidos construídos nas relações estabelecidas entre os membros da equipe multidisciplinar, entre equipe e família e intermembros do sistema familiar, e, assim, contribuir para a capacitação familiar e conseqüente inclusão social do usuário de saúde mental. Tendo como base a experiência em um hospital psiquiátrico do DF, foi delineada uma tríade atitudinal para ancorar este trabalho dentro dos pressupostos da reforma psiquiátrica: a ética, a ação teórica e a postura reflexiva. Concluiu-se que é a partir do questionamento de conceitos já naturalizados sobre a doença mental como incapacitadora e alienante, e a família como culpada e incapaz de cuidar, que o usuário pode ter a sua cidadania retomada. Por ser conhecedor da importância das relações para a construção de sentidos e pela sua disponibilidade para a escuta, definiu-se o papel do psicólogo dentro da equipe, na visita domiciliar, como precursor dessa mudança relacional.
As metodologias ativas de ensino visam colocar o estudante no centro do processo ensino-aprendizagem. O estudo se desenvolveu a partir da análise de dados de uma pesquisa qualitativa que avaliou a perspectiva de estudantes de Medicina em relação a duas disciplinas que inserem os alunos nas atividades práticas desde o início da graduação, seguindo a proposta de análise de conteúdo. O objetivo foi compreender os benefícios e as restrições da metodologia para os estudantes. Foram selecionadas potencialidades e limitações de ambas as disciplinas. Destacou-se o papel ativo do aluno no processo e, entre as limitações, o tempo de estudo, a assimetria entre os estudantes e a pouca efetividade de disciplinas básicas do primeiro ano do curso. Foi proposta reformulação da carga horária e preparo do corpo docente para o método. Concluiu-se que a prática docente em metodologia ativa pode ser aprimorada para que se consiga extrair o máximo de suas potencialidades.
Esse artigo discute o apoio matricial em saúde mental na Atenção Primária à Saúde (APS) no contexto da pandemia da covid-19. Para isso, foi realizada uma análise de conteúdo temática dos portfólios produzidos durante a Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Após a análise dos materiais foram criadas quatro unidades temáticas de discussão: a saúde mental na APS; o apoio matricial em saúde mental na APS; a APS na pandemia de covid-19 e os impactos para o apoio matricial; e as estratégias para o apoio matricial na APS. Diante disso, discutiram-se os principais desafios encontrados para a saúde mental na APS, bem como algumas potencialidades para a organização de um cuidado em rede e de base territorial. Ainda, observou-se que o caráter emergencial adotado pela APS no contexto da pandemia gerou impacto significativo para o apoio matricial. Quanto à prática do apoio matricial, destacaram-se os processos de comunicação entre as equipes e de educação permanente em saúde mental como aspectos importantes para a construção de um cuidado ampliado e compartilhado. O apoio matricial é base para a produção de uma saúde mental de qualidade na APS e, quando caracterizado como práxis, se mostra potente para superar os desafios já existentes e as eventuais crises de saúde, como a da pandemia de covid-19.
RESUMO -Como produto de estágio supervisionado em saúde mental, este trabalho traz uma reflexão sobre a questão da patologia por outro prisma que não o da doença. A partir da teoria psicanalítica e da psicopatologia existencialista, articulam-se os termos patologia, estrutura e existência, defendendo a idéia de que o pathos é inerente ao ser humano, estando ligado ao modo afetivo que cada indivíduo constrói para estar no mundo. Neste sentido, o delírio, por exemplo, é apresentado como resultado de uma tentativa de organização psíquica, como efeito derivado da tentativa do sujeito de se defender de uma dor insuportável.
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