Este artigo debate as possibilidades de descolonizar pesquisas com crianças, por meio de um entendimento de infância compreendida como experiência social e individual singular, que descentralize, ou faça fugir os modelos e lugares hegemônicos que centralizam sentidos, norma, estética e saúde dominantes e que se constitua para além da lógica do capital. Inicia-se o debate sobre a infância como um dispositivo do poder que se impõe a cada criança de maneira universal e única. Depois, afirma-se a positividade da infância como experiência única de entrada na linguagem e de constituir história e como pensamento crítico, tomando Giorgio Agamben e René Schérer como interlocutores. Ao final, indicam-se três obstáculos para a realização de pesquisas descolonizadas com crianças e os temas que necessariamente fazem parte da temática pós-colonial como raça, gênero, etnia, Estado-nação e diáspora, a partir das autoras Judith Butler, Gayatri Spivak e Avtar Brah.
ResumoO artigo é uma produção coletiva dos membros da linha "Educação, Cultura e Subjetividade" do Programa em Pós-Graduação em Educação da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Brasil, e apresenta as reflexões dos seus professores e professoras sobre o processo de constituição dessa linha. Os pesquisadores e pesquisadoras da linha apresentam diferentes referenciais teóricos constituídos pelos estudos de Friedrich Nietzsche; pela Teoria Crítica frankfurtiana, fundamentados principalmente nos escritos de Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Jürgen Habermas e Axel Honneth; pelos estudos de Max Weber e Bourdieu; pelos referenciais analíticos sobre discurso e poder dos estudos de Michel Foucault e Gilles Deleuze e pela crítica à racialização de Frantz Fanon. Esses autores foram críticos contumazes às formas sociais de poder e de controle que se materializavam nos comportamentos dos indivíduos que, ao internalizarem determinados processos disciplinares, se esforçavam ativamente para que passivamente continuassem a ser controlados e dirigidos por palavras de ordem autoritárias. Palavras-chave: Educação. Cultura e subjetividade. Pós-graduação. Currículo.
Abstract
Centre de recherches en éducation et formation-CREF, em colaboração com o Grupo de Estudos Education familiale et interventions socialies auprès des familles.
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