<p>Este artigo visa a uma primeira investigação das relações oblíquas do conto “P III: duas vezes Ela” (e também dos outros dois contos de <em>Três mulheres de três PPPês</em>) de Paulo Emílio Sales Gomes com o gênero cinematográfico brasileiro (dos anos 1970) conhecido como “pornochanchada”, assim como, por meio desta investigação, a uma tentativa de esboçar uma descrição da natureza peculiar do cômico erótico-obsceno desta ficção de Paulo Emílio.</p> <p>Cet article vise à une première investigation des rapports obliques de la nouvelle “P III: duas vezes Ela” (ainsi que des autres deux nouvelles de <em>Três mulheres de três PPPês</em>) de Paulo Emílio Sales Gomes avec le genre cinématographique brésilien (des années 1970) connu comme “pornochanchada”, aussi bien que, par le moyen de cette investigation, à un essai d’ébaucher une description de la nature particulière du comique érotique-obscène de cette fiction de Paulo Emílio Sales Gomes.</p>
Breve comentário de um trecho célebre do diálogo entre Ulisses e a psukhé de Aquiles no Hades (Odisséia XI, 478-491), a partir da discussão da hipótese de leitura de Karl Rüter que percebeu aí uma inversão dos papéis tradicionais dos dois heróis em tensão: Ulisses deplorando os sofrimentos do seu nóstos («retorno») e exaltando o kléos («glória») de Aquiles, e a psukhé de Aquiles, por sua vez, desprezando o seu kléos imperecível e valorizando, face ao estado ínfimo de morto, qualquer forma de vida (mesmo a socialmente mais baixa), ou seja: a continuidade da vida implícita no nóstos. A brief commentary on a famous passage of the dialogue between Ulysses and Achilles’ psyche in the Hades (Odyssey XI, 478-491), based on the discussion of the hypothesis of Karl Rüter who noticed there an inversion of the traditional roles of the two heroes in conflict: Ulysses deplores the sufferings of his nostos («regress») and exalts the kleos («glory») of Achilles; Achilles’ psyche, on its turn, disdains his non-perishable kleos and values, having before him the undermost state of the dead, any form of life (even the lowest in society), that is: the continuity of life implied in the nostos
Bref commentaire sur le fameux discours de Sarpédon à Glaucus dans l’Iliade (XII 310-328), visant à esquisser une proposition de lecture matérialiste de ce discours où l’objectif déclaré de l’acte de risquer la vie au combat (dont le présupposé est évidemment la mortalité) serait non pas la gloire (le kléos )
Crítica à concepção de morte heróica proposta por J.-P. Vernant em "A bela morte e o cadáver ultrajado". Discussão dos conceitos de morte e mortalidade. Ensaio de demonstração de que a glória da morte cabe a quem mata e não a quem é morto. Estudo das mortes de Pátroclo e de Heitor na Ilíada e verificação de que elas, como resultado de erros cometidos por heróis qualificados de népioi, nada têm de gloriosas.
Este breve ensaio tenta definir o “banquete” na Odisseia (daís, “partilha” e não o sympósion) como modo básico de socialização e momento decisivo no ritual maior de recepção de um hóspede, onde ocorre não só a partilha de comida e bebida entre anfitrião e hóspede, mas, após a refeição, também a identificação de ambos através de narrativas, sendo ainda o “banquete” a ocasião por excelência para as narrativas cantadas dos aedos. O ensaio tenta ainda pensar como, na Odisseia, o “banquete” se configura como ocasião privilegiada, mas típica, de disponibilidade ou tempo livre, necessários para a narração e audição de narrativas.
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