A História das ciências é reconhecida mundialmente entre filósofos e educadores como elemento fundamental no ensino-aprendizagem das ciências. Entretanto, no presente artigo procura-se mostrar que não é qualquer História das ciências apresentada que pode ser assim considerada. Quando a abordagem histórica possui uma descrição simplista e baseada em recortes, facilmente pode-se conduzir o estudante a formação de uma imagem inadequada da ciência e distorcida do desenvolvimento científico, como exemplificado nesse trabalho, através do desdobramento da análise de Oliveira e Fernandez (2007) da descrição de Hempel (1974), sobre o caso histórico da febre puerperal do século XIX. Contrariamente, defendemos uma abordagem mais concreta e menos partidária possível da História das Ciências, pois, pode fornecer subsídios para o entendimento dos conceitos científicos abordados e uma compreensão crítica da ciência, haja vista que, essa evidencia os elementos internos e externos inerentes à ciência.
Resumo: Este artigo tem o propósito de analisar historicamente o lugar da filosofia no Ensino Médio em geral e, em especial, a sua relação com a educação científica, através de uma metodologia teórica, por meio de textos, artigos, decretos e leis, que envolvem o contexto histórico em questão. Primeiramente, abordam-se, no panorama internacional, as mudanças gerais curriculares em ciências ocorridas nos Estados Unidos e o processo de reaproximação entre a filosofia, a história e a educação em ciências, mas apenas na medida de sua utilidade para compreender tal problema no contexto brasileiro. Diante disso, enfatizam-se os aspectos políticos e educacionais que conduziram as idas e vindas (chamaremos de ‘ondas’) da filosofia no Ensino Médio no Brasil, desde a sua institucionalização a partir da Lei orgânica Capanema (1942), passando pela ditadura militar de 1964, que modificou a estrutura educacional da época, influenciando o panorama atual frente às recentes reformas do Ensino Médio registradas na Lei 9.394/96. Ao mesmo tempo, chama-se atenção para os constantes ataques à filosofia, mostrando que a supressão direta ou indireta dela prejudica o ensino de ciências de modo específico. Nessa perspectiva histórica, extrai-se uma lição das consequências de se dispensar a filosofia da Educação Básica e científica no cenário nacional e se observa como tal dispensa ao longo das décadas do século XX se refletiu até nossos dias no século XXI. Palavras-chave: Filosofia. Currículo. Educação Científica. Ensino Médio brasileiro.
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