O presente ensaio analisa o processo de construção das teorias pedagógicas da educação física no Brasil, buscando demonstrar como elas refletem a concepção e o significado humano de corpo engendrados na e pela sociedade moderna. O texto apresenta as teorias pedagógicas que no âmbito da educação física se colocam numa perspectiva crítica em relação aos usos e aos significados atribuídos pela sociedade capitalista às práticas corporais. E, finalmente, problematiza a possibilidade de estarmos diante de uma ruptura da visão moderna de corpo, refletindo sobre os desafios que essa transição coloca para a educação/educação física.
Realiza um mapeamento e uma avaliação, de caráter mais quantitativo-descritivo, da produção do conhecimento sobre o tema da Educação Física Escolar nas últimas três décadas. Utiliza nove periódicos da área como fonte dessa investigação. Constrói algumas (sub)categorias para a análise da produção, o que permite identificar quais temáticas predominam ao longo dos anos e como elas se distribuem nas diferentes revistas estudadas. Conclui com reflexões sobre o levantamento realizado, lançando algumas hipóteses iniciais para entender a configuração encontrada.
Investiga o desinvestimento do professor de Educação Física (EF) em relação à sua função pedagógica, utilizando a metodologia da história de vida e o estudo de caso etnográfico. Estuda também elementos envolvidos na produção de uma cultura escolar. Os dados produzidos são analisados a partir de três categorias: a) a EF como componente curricular: a escola também desinveste? b) a dificuldade de operar a mediação entre a teoria e a prática; c) o esporte como conteúdo das aulas de Educação Física.
O tema esporte de rendimento na escola foi avaliado pela editoria da revista Movimento como controverso e como tal eleito para ser discutido na seção da revista destinada exatamente ao debate de temas de caráter polêmico. Dentro desta perspectiva fui convidado para expressar minha opinião e/ou posição a respeito. Inicialmente fiquei me perguntando: o tema é realmente polêmico? ou seja, mobiliza a comunidade da área num debate onde posições distintas disputam a hegemonia?
me que o tema remete a uma questão que tomou-se fator de frustração e, em alguns casos, motivo de pesadelos para o professor de Educação Física (EF): a tão propalada crise de identidade da EF, que em muitos momentos foi entendida como resultado da frita da definição do seu "objeto", da frita de definição clara de qual sua especificidade (identidade no sentido de sua singularidade). Entendo que a temática colocada, em última instância, nos remete a esta questão. Para adentrar ao tema e colocar minha posição desejo frzer, inicialmente, uma demarcação. Quando fido em objeto da EF me refiro ao "saber" específico de que trata esta disciplina curricular. Não estou me referindo, portanto, ao objeto de uma prática científica específica-não coloco, para responder a esta questão, as exigências que são feitas para definir o objeto de uma ciência. Esta diferenciação é importante porque entendo que parte das dificuldades na superação da "crise de identidade" advém do feto de se insistir em ver na EF uma disciplina científica, e mais, como uma disciplina com estatuto epistemológico próprio. Entendo que a especificidade da EF no campo acadêmico é a de que ela se caracteriza, fundamentalmente, como uma prática pedagógica1, no que concordamos com Lovisolo (1995). A necessidade e a reivindicação de fundamentar "cientificamente" esta prática é que a levou a incorporar ao seu campo acadêmico as práticas científicas (o que é muito diferente de passar a ser uma ciência com estatuto epistemológico próprio). Então, quando me refiro ao objeto da EF penso num saber específico, numa tarefe pedagógica específica, cuja transmissão/tematização e/ou realização, seria atribuição deste espaço pedagógico que chamamos EF2 AS DIFERENTES CONCEPÇÕES DO OBJETO DA EDUCAÇÃO FÍSICA Feita esta demarcação, vejamos como se entendeu o "saber" próprio da EF ou a sua especificidade. As expressões chave para tal identificação foram: a) atividade física, em alguns casos, atividades físico-esportivas e recreativas; b) movimento humano ou movimento corporal humano, motricidade humana ou ainda, movimento humano consciente; c) cultura corporal de movimento. Pretendo defender aqui, a tese/idéia de que para a configuração do saber específico da EF devemos recorrer ao conceito de cultura corporal de movimento. É importante termos claro que a definição do objeto da EF está relacionado com a função ou com o papel social a ela atribuído e que define, em largos traços, o tipo de conhecimento buscado para sua fundamentação3 Os termos atividade física, exercícios físicos, são fortemente marcados pela idéia de que o papel da EF era contribuir para o desenvolvimento da aptidão física pertencem claramente, no plano do conhecimento, ao arcabouço conceituai das disciplinas científicas do âmbito da biologia, das ciências biológicas4
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.