Os processos dos adolescentes diante dos dilemas humanos relativos à sexualidade, morte, pertença e transformação social contam a sua própria história, mas dizem também sobre o modo como cada sociedade concebe as modalidades de inscrição do sujeito no laço social, assim como da sua disponibilidade às transformações sociais. Neste artigo vamos demonstrar os impasses nos destinos da adolescência quando o outro social, em vez de interpelar, acompanhar e apostar no adolescente transforma suas fronteiras em opacidades intransponíveis, ao modo de um front de guerra, impondo impedimentos à sua pertença ao laço social. Vamos cotejar falas dos adolescentes da peça de teatro de Frank Wedekind, de 1891, O Despertar da Primavera, com falas de adolescentes das margens das grandes cidades brasileiras. Vamos demonstrar a articulação da sexualidade à cena social e política, assim como situar o estatuto do ato diante dos impasses do adolescente frente ao lugar que lhe é ofertado no discurso social. Pode-se escutar o que resta da adolescência: a construção de uma narrativa ficcional que permita construir e nortear a sua invenção de um lugar para existir.
Resumo: O que fazem psicanalistas nas escolas? Esse artigo, debate uma intervenção psicanalítica clínicopolítica na escola, que interpela adolescentes e equipe de ensino a constituir e partilhar seus saberes. Distinguimos três tempos na intervenção em que pudemos constatar o sofrimento dos adolescentes quando as funções da escola estão atravessadas pelo recorte da raça e da classe, atravessamento que se concretiza na correlação entre desenvolvimento, pobreza, raça e perigo social. Quando os saberes puderam circular em diálogo pode-se localizar os conflitos e o mal-estar da escola diante da adolescência e das complexidades da situação histórico-social brasileira, de modo a tornar a construção dos conflitos como motor de trabalho e não como fracasso das equipes.
Cet article aura pour objectif de présenter un dispositif de médiation clinique en milieu scolaire créé pour faire face au nombre grandissant de demandes de prise en charge psychologique destinée aux enfants de migrants présentant une symptomatologie qui vient impacter leurs apprentissages scolaires, notamment le mutisme sélectif ou extra-familial. Ce dispositif est conçu comme un espace de métaphorisation, selon les mots d’Alice Cherki. À partir de la rencontre avec Asraf, un enfant de 7 ans, mutique depuis sa rentrée à l’école maternelle, les auteurs œuvrent pour la création de lieux ouverts à la pluralité des systèmes symboliques, des lieux capables de rompre le silence et de faciliter l’émergence de la parole et de la subjectivation.
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