Há muito a inovação deixou de ser apenas parte do discurso político e passou a povoar o noticiário cotidiano. Drones, smartphones, inteligência artificial, nanomateriais e uma infinidade de termos até então inexistentes ou desconhecidos foram introduzidos em nossas rotinas diárias. 1 Portanto, não se trata mais de provar a relevância da mudança técnica para a vida moderna, sobretudo numa dinâmica marcada pela competição global, mas de compreender as formas mais eficientes de promovê-la. Em que pese a onipresença da inovação na esfera de produção capitalista contemporânea, as políticas de inovação precisam ser vistas como alternativas que concorrem por recursos escassos que poderiam ser investidos, por exemplo, em políticas habitacionais, de saúde, infraestrutura e tantas outras. Mas, a avaliação destas políticas, vis à vis a seu custo de oportunidade, 2 precisa ter contornos diferenciados, pois, diferentemente de outros investimentos, as políticas de inovação são portadoras de futuro: "o crescimento de longo prazo de uma economia avançada é dominado pelo comportamento do progresso técnico" (WEITZMAN, 1998, p. 331). Este capítulo, que se constitui num ensaio, tem por objetivo caracterizar o conjunto, recente (últimos cinco anos), de esforços federais destinados à avaliação 1 Ver, por exemplo, Brynjolfsson e McAfee (2016). 2 Custo associado ao fato de não se ter realizado atividade alternativa uma que vez se optou-num ambiente de recursos escassos-por realizar determinado gasto. Em outras palavras, é o custo associado ao que deixou de ser feito.