Resumo Frente às novas questões que se colocam, a partir da Reforma Psiquiátrica Brasileira, para os processos de desinstitucionalização da loucura no campo da saúde mental, esta pesquisa se debruça sobre os processos de produção de territórios existenciais na cidade, a partir da experiência de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Guiada pelas pistas do método cartográfico, e através da construção de mapas afetivos e da realização de trajetos pela cidade, foi possível acompanhar como os participantes tecem multiplicidades de territórios e redes vivas ao longo de seus itinerários, escapando de lugares instituídos pela lógica manicomial e concretizando princípios da desinstitucionalização na micropolítica de seu cotidiano. Neste movimento, informam-nos reflexões sobre quais cidades desejamos construir, reinventando coletivamente os territórios urbanos como mais sensíveis e permeáveis às forças instituintes, com novas formas de convivência e produção da diferença. Simultaneamente, trazem reflexões sobre de que formas estas vivências singulares de cidade podem comparecer e potencializar os itinerários terapêuticos de uma clínica que se propõe funcionar a partir da lógica do território.