Durante a graduação em Odontologia o aluno enfrenta situações que podem causar danos à própria saúde, visto que estão expostos a diversos riscos ocupacionais com material biológico. Com o intuito de contribuir com dados que auxiliem na formação acadêmica, propõe-se verificar a ocorrência, as características dos acidentes com material biológico, o conhecimento e a aplicação de ações preventivas e condutas pós-exposição. Trata-se de uma pesquisa observacional, transversal e descritiva utilizando um questionário de autopreenchimento aplicado a 195 estudantes do curso de Odontologia que tenham contato com procedimentos clínicos. Dos entrevistados, 23,6% sofreram acidentes ocupacionais, com predomínio do sexo feminino (78,3%), frequentemente acometendo as mãos (66,7%), e a maioria causados por sonda exploradora (30,1%). Observou-se que 34,9% sofreram acidentes percutâneos, somente 18,7% procurou auxílio médico e 6,3% relataram não usar equipamentos de proteção individual (EPI) no momento do acidente. Lavar o local afetado com água e sabão (54,7%) foi a principal conduta pós-exposição. A ocorrência de acidentes frente ao contato com material contaminado desperta atenção devido ao uso incompleto ou não uso de EPI, além da pouca procura por atendimento médico após os acidentes. Os acadêmicos relataram ter conhecimento da legislação relacionada à saúde do trabalhador e de como proceder em caso de acidentes ocupacionais. É necessário o desenvolvimento de estratégias de ensino que incluam uma supervisão mais eficaz, medidas que motivem a atenção para redução dos acidentes ocupacionais e o aumento da notificação de casos, de maneira contínua