Este artigo discute a importância dos estudos sobre avaliações e percepções sociolinguísticas, relativamente menos produtivos do que estudos sobre produção linguística, e apresenta alguns métodos e cuidados necessários para o desenvolvimento desse campo. Argumenta-se que, não obstante o consenso entre linguistas de que as formas linguísticas não se diferenciam em termos de correção, beleza ou agradabilidade, diferentes variantes adquirem, no uso linguístico, múltiplos significados, que fazem parte da competência comunicativa (HYMES, 1991 [1979]) dos membros da comunidade – daí a ineficácia do discurso de combate ao preconceito linguístico pautado meramente na reiteração da diversidade linguística. O combate ao preconceito linguístico deve incorporar os resultados dos estudos sobre avaliações e percepções que se debruçam sobre os mecanismos de associação entre determinadas variantes e certos significados sociais.