Este artigo tem como objetivo investigar os desvios ortográficos que são, em sua maioria, reflexos de processos linguísticos variáveis que são transpostos para o texto escrito dos alunos de 6º ano do Ensino Fundamental II de duas escolas públicas de Uberaba/MG. Para isso, elaboramos e aplicamos uma proposta de redação destinada ao público-alvo, mais especificamente os alunos foram convidados a produzirem uma narração. Para identificação e análise dos desvios de escrita, utilizamos duas categorias propostas por Bortoni-Ricardo (2005): Tipo 1 - desvios decorrentes da própria natureza arbitrária do sistema de convenções da escrita e Tipo 2 - desvios decorrentes da interferência da oralidade na escrita. Dentre das ocorrências encontradas no grupo (II), verificamos quais os fenômenos fonético-fonológicos são mais recorrentes. Por meio deste trabalho, buscamos ressaltar a importância das teorias linguísticas e, principalmente, dos pressupostos sociolinguísticos como respaldo ao professor no ensino de língua materna. Evidenciamos, também, que mesmo em séries avançadas, os alunos necessitam de auxílio em relação ao processo de aquisição da escrita e em como compreender satisfatoriamente o que ele escreve. A partir do reconhecimento da natureza desses desvios ortográficos, o professor pode propor atividades mais produtivas.
Este artigo aborda dificuldades de ordem teórico-metodológica na definição de critérios de seleção de fontes para o estudo histórico da língua. A discussão está centrada na utilização de cartas e peças de teatro como fontes e destaca a importância do gênero textual no processo deconstrução de corpora.
Os estudantes em mobilidade na Universidade de Aveiro cursam pelo menos uma disciplina de Português como Língua Estrangeira durante o período de intercâmbio. Mesmo que a variedade ensinada seja a variedade europeia, esses alunos têm contato com outras variedades do português. Este trabalho investigou quais são as atitudes e percepções linguísticas desses alunos em relação a variedade brasileira e europeia. Para que isso fosse possível, elaboramos um teste de atitude e percepção linguística, com base na teoria variacionista, e aplicamos através da plataforma Google Forms. Os níveis linguísticos mais suscetíveis à avaliação dos estudantes foram o fonológico, lexical e monitoramento estilístico (grau de formalidade). As expressões avaliativas associadas mais frequentemente à variedade brasileira foram “mais fácil”, “mais clara” e “mais suave” e as expressões mais frequentemente associadas à variedade europeia foram “mais difícil”, “menos clara” e “mais formal”. Além disso, os estudantes expressaram consciência acerca da variedade linguística e não demonstraram atitudes e avaliações com preconceito linguístico.
Neste artigo, o objetivo é apresentar um relato acerca de como são organizadas as disciplinas de Estágio Supervisionado I e II, em Língua Portuguesa, na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Da perspectiva teórica, apresentamos uma articulação entre concepções vindas do campo da Educação – sobre a organização do estágio nas instituições de ensino superior –, uma concepção discursiva de linguagem – baseada em Foucault (1989) e Bakhtin (1979/2003) – e uma concepção de experiência tal como proposta por Larrosa (2004). A partir dessa base teórica, assumimos que a escrita é componente fundamental à realização de uma formação que leve o futuro professor a construir conhecimentos próprios sobre a docência a partir do questionamento das relações possíveis (e os desafios existentes) entre teoria e prática. Trata-se, portanto, de um relato sobre a construção de dispositivos de formação – cujo eixo central é o movimento de reflexão-ação-reflexão – que permitam ao estudante de letras produzir uma escrita que seja o resultado de um conhecimento sobre o ensino da língua portuguesa.
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