Comunicação Com Deficientes Auditivos Na Ótica De Profissionais De Saúde

Abstract

Como citar este artigo: Marquete VF, Costa MAR, Teston EF. Comunicação com deficientes auditivos na ótica de profissionais de saúde. Rev baiana enferm. 2018;32:e24055.Objetivo: descrever o conhecimento e a capacitação dos profissionais de saúde quanto à comunicação com os deficientes auditivos. Método: investigação quantitativa, de caráter descritivo, realizada no ano de 2017, com 198 profissionais que compõem a equipe de enfermagem de um município da região Noroeste do estado do Paraná, Brasil. Os dados foram processados em um programa estatístico e descritos por estatística descritiva. Resultados: verificou-se que 92,4% dos profissionais acreditavam estar despreparados para atender o deficiente auditivo, 83,8% não sabiam comunicar-se com esses e 96,5% não sabiam se comunicar em Libras. Muitos utilizavam estratégias visando quebrar a barreira de comunicação, tais como: gestos e escritas (18,7%), fala e gestos (11,6%), entre outros. Conclusão: na percepção dos profissionais de saúde, a barreira de comunicação com os deficientes auditivos ocorria por não saberem comunicar-se em Libras; por isso, utilizavam mecanismos como gestos e mímicas para tentar a comunicação.Descritores: Comunicação. Perda auditiva. Pessoal de saúde.Objective: to describe health professionals' knowledge and training for communication with hearing impaired people. Method: quantitative and descriptive research developed in 2017, involving 198 professionals working on the nursing team in a city in the Northwest of the state of Paraná, Brazil. The data were processed in statistical software and described using descriptive statistics. Results: it was verified that 92.4% of the professionals believed they were unprepared to attend to the hearing impaired, 83.8% did not know how to communicate with them and 96.5% were unable to communicate in Libras. Many used strategies to break the communication barrier, such as: gestures and writing (18.7%), speech and gestures (11.6%), among others. Conclusion: according to the health professionals, the communication barrier with the hearing impaired occurred because they did not know how to communicate in Libras; therefore, they used mechanisms such as gestures and mimics to try to communicate. Descriptors: Communication. Hearing loss. Health personnel.Objetivo: describir el conocimiento y la capacitación de los profesionales de la salud acerca la comunicación con personas con deficiencia auditiva. Método: investigación cuantitativa, de carácter descriptivo, en 2017, con 198 1 Enfermeira. Mestranda em enfermagem na Universidade Estadual de Maringá. Maringá, Paraná, Brasil. veronicafrancisqueti@hotmail.com 2 Enfermeiras. Professoras Doutoras da Universidade Estadual do Paraná, campus Paranavaí. Paranavaí, Paraná, Brasil.

Manual de língua brasileira de sinais para profissionais da saúde (E-book): relato de experiência

“…Outro estudo realizado com 40 funcionários de uma unidade de referência especializada de saúde, da cidade de Belém (PA), apontou que 97,5% desses também declararam a inaptidão para atender aos pacientes surdos. A percepção dos profissionais de saúde quanto ao despreparo para atender esses usuários ocasiona o surgimento de sentimentos negativos em relação a todo o processo de assistência à saúde, pois tentam oferecer um atendimento com qualidade, mas não o fazem devido à barreira de comunicação (Marquete, et al, 2018).…”

Comunicação da equipe de enfermagem no cuidado aos pacientes com deficiência auditiva

“…A utilização da mímica, dos desenhos e figuras, são dispositivos vantajosos para a comunicação não verbal a essa clientela, quando se trata de mensagens curtas e frases telegráficas (Marquete, Costa, & Teston, 2018). Durante o atendimento a Enfermagem e os deficientes podem fazer o uso de gestos e expressões que são compreendidos de maneira universal, como por exemplo, a expressão de dor, apontar para o local que a dor está sendo referida, assim como definir o tipo de dor (Pagliuca et al, 2007).…”

Revisão (a)sistemática sobre a atenção da psicologia às gestantes surdas

“…Outros estudos também constataram que estes profissionais reconhecem a falta de formação e suas dificuldades para comunicarem-se com pessoas surdas (Gichane et al, 2017;Marquete et al, 2018;McKee et al, 2011b;Reis & Santos, 2019;Tedesco & Junges, 2013). No entanto, apesar de admitir a falta de conhecimento e habilidade para comunicar, os profissionais de saúde, não demonstraram atitude para sanar tal déficit (Marquete et al, 2018).…”

“…As barreiras na comunicação entre profissionais e pessoas surdas tem sido responsável pela baixa procura aos serviços de saúde (Anderson et al, 2017;McKee et al, 2011a;Santos & Portes, 2019) e por possíveis comprometimentos do diagnóstico ao tratamento (Marquete, Costa & Teston, 2018;Reis & Santos, 2019). Estresse e sentimentos negativos tais como, medo, insegurança e frustração, têm sido expressos por usuários surdos, nas suas experiências com o sistema de saúde (Santos & Portes, 2019).…”