O artigo trata do processo de inserção da mulher num dos cursos pioneiros na área das ciências agrárias, o Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia (PPG-FIT) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), entre os anos de 1961 e 2018. Nos dias atuais, a presença da mulher ocupa diversos espaços sociais e profissionais, muito diferente de cerca de 50 anos atrás, que eram ocupados quase que exclusivamente por homens. Se nas últimas décadas assistimos ao crescente empoderamento feminino nas mais diferentes atividades humanas, o propósito desta investigação consiste em analisar a presença da mulher no campo de conhecimento das ciências agrárias, mais especificamente no âmbito do curso de mestrado e doutorado em Fitotecnia, onde historicamente o predomínio do sexo masculino se mantem como uma de suas características marcantes. As informações coletadas no arquivo de Dissertações e Teses do PPG-FIT e os dados institucionais extraídos do Sistema de Apoio ao Ensino – SAPIENS da UFV, permitiram identificar a faixa etária e o sexo dos estudantes matriculados nos cursos de mestrado e doutorado, durante os primeiros cinquenta e sete anos de atividade deste Programa e verificar como vem se dando estas relações de gênero, em termos de ingresso e titulação, por meio do levantamento de percentual de matrícula e titulação nos cursos de mestrado desde 1961 e de doutorado, a partir de 1973, até o ano 2018, de modo a conhecer em que grau e instâncias vêm ocorrendo o avanço da presença feminina nestes cursos de pós-graduação stricto sensu tão marcadamente ocupados pelo sexo masculino.