Educação bancária é emissão de conteúdos: transmissão exige comunicação dialógica

Abstract

Paulo Freire formulou, dentre muitas outras, as noções de Educação Bancária e Educação Dialógica, opondo-as e esclarecendo os problemas que via na primeira e o potencial que percebia na segunda. Entendendo que a noção de transmissão de conhecimentos que está presente no modelo bancário de escola não resiste ao desafio de nenhuma perspectiva teórica sobre a comunicação, ou mesmo de educação, este texto defende que este modelo não se estrutura para a compreensão dos conteúdos, mas para impor aos destinatários da mensagem a consciência de sua ignorância. Por outro lado, baseada, portanto, na dialogia, a proposta freireana de uma educação problematizadora e libertadora se fundamenta na efetividade da comunicação, não mais numa perspectiva de emissor e receptor, mas numa perspectiva interativa dialógica. O texto busca, portanto, evidenciar a precariedade comunicacional do modelo de educação bancária e, em contraponto a ele, traz a perspectiva dialógica de educação, proposta por Freire, o que foi feito recorrendo-se a Habermas, principalmente, e a Maturana e Boaventura de Sousa Santos, que trazem contribuições relevantes ao debate, contribuindo para que o processo educativo seja repensado e inserido em uma lógica de sociedade democrática e participativa.

Tópicos em educação na transformação da sociedade: um estudo baseado nos pensamentos de Paulo Freire

“…Em vez disso, lidará com questões vitais como se Roger deu grama verde ao bode e insistiu na importância de aprender que, pelo contrário, Roger deu grama verde ao coelho. O "humanismo" da abordagem bancária máscara o esforço para transformar mulheres e homens em autômatosa própria negação de sua vocação ontológica de serem mais plenamente humanos (DE OLIVEIRA, 2021).…”

“…Por aprenderem o desafio como inter-relacionado a outros problemas num contexto total e não como uma questão teórica, a compreensão resultante tende a ser cada vez mais crítica, portanto, cada vez menos alienada. A sua resposta ao desafio evoca novos desafios, seguidos de novos entendimentos; e gradualmente os alunos passam a se considerar comprometidos (DE OLIVEIRA, 2021).…”

“…Nessa obra, ele desenvolveu sua concepção de pedagogia libertadora, que se baseava na problematização da realidade, no diálogo horizontal e na participação ativa dos alunos. Para Freire, a educação deveria ser um processo de conscientização crítica capaz de libertar os indivíduos da opressão e da injustiça (DE OLIVEIRA, 2021). Ao longo de sua vida, Paulo Freire publicou quase 40 livros, além de artigos acadêmicos e jornalísticos.…”

A reflection on higher education in health in the context of the COVID-19 pandemic: traditional education still perpetuates

“…With banking education, a term conceptualized by Freire, the teacher "puts the contents into the heads of students" oppressively and authoritatively, without awareness or dialogue (Freire, 1997). Even before the pandemic, this education model was already growing, along with the expansion and commodification of Brazilian higher education (Almeida et al, 2012), omitting important content for the training process of students (Oliveira, 2021).…”

Ruídos E Significação No Ensino

“…Sousa (2006) aponta críticas que podem ser feitas ao modelo de Shannon e Weaver (1949) Outra crítica a ser apontada é que uma decorrência do uso desse modelo na Educação resulta na concepção freireana de educação bancária. Oliveira (2021) observa que modelos de educação pautados pela eficiência da transmissão da mensagem, com a mera busca de ausência de ruídos, opõem-se a uma educação dialógica, uma vez que uma educação de qualidade não deve partir do pressuposto de simplesmente divulgar certa mensagem com qualidade técnica, mas, sim, pensar nas especificidades das circunstâncias e como a mensagem está sendo compreendida pelos destinatários.…”