ResumoA partir dos processos de construção da pessoa de pescadores costeiros e de lago no estuário do Amazonas, este artigo trata sobre abordagens da aprendizagem na antropologia. São discutidas alternativas ao tratamento da aprendizagem como socialização ou transmissão de conhecimento e à distinção formal/informal, apresentando propostas etnograficamente fundamentadas e centradas na prática. Em seguida, trata-se dos potenciais e limites da noção de skill, que amplia o foco deste debate para abarcar a relação dos organismos-pessoas com animais não humanos, ambientes, objetos, etc. Depois, faz-se uma aproximação à noção de individuação, do filósofo da técnica G. Simondon, e das implicações de sua proposta ontogenética para a compreensão do anthropos e da aprendizagem. Nesses termos, e sempre com base na comparação entre os pescadores amazônicos, defende-se a ideia da aprendizagem como gênese simultânea da pessoa e de um sistema de relações.