O presente artigo tem como objetivo compreender como propostas de inserção dos trabalhos manuais no ensino primário, que circularam internacionalmente, foram apropriadas no contexto brasileiro, em particular, no Rio de Janeiro, no final do século XIX até a década de 30 do século XX. A análise das fontes pauta-se sobre a circulação e as transferências de conhecimentos; processos de apropriação e objetivação (Matasci, 2015; Valente, 2020). Identificou-se que os três métodos colocados em circulação pelos viajantes brasileiros – Froebel, Boogaerts e Slodj – não foram igualmente incorporados, referenciados e nem reproduzidos para o contexto brasileiro. Conclui-se que, para que os trabalhos manuais fossem considerados como um auxiliar poderoso da geometria, se fez necessário um longo processo de objetivação, de mais de quatro décadas.