Internacionalizaçao curricular no sul-global: uma perspectiva critica a partir dos conceitos de reduçao sociológica e de epistemologias do sul

Abstract

A internacionalização do currículo tem se destacado como componente essencial das agendas de internacionalização da educação superior, levando organizações governamentais e intergovernamentais a realçarem a necessidade de reformas curriculares condizentes com as demandas globais, que incorporem os conceitos de cidadania global e de competência intercultural como objetivos centrais desse processo.Diante do pressuposto de que a inserção dos países periféricos e semiperiféricos no contexto da educação superior internacional tende a assumir caráter predominantemente passivo, levando a um imaginário de reformas curriculares despreparadas para envolver os estudantes criticamente na complexidade do mundo globalizado, o objetivo deste trabalho é promover uma reflexão sobre a internacionalização do currículo no contexto do Sul-Global. Trata-se de um ensaio teórico, que, por meio dos conceitos de redução sociológica, de Alberto Guerreiro Ramos, e de epistemologias do Sul, de Boaventura de Sousa Santos, busca enfatizar as especificidades e as raízes epistêmicas dos contextos em que esses processos ocorrem. A interação entre a literatura sobre globalização, internacionalização da educação superior e internacionalização do currículo com os referidos conceitos permitiu apontar para a necessidade de que as políticas de internacionalização dos processos de ensino e aprendizagem do Sul-Global tenham como referência um procedimento crítico-assimilativo da experiência estrangeira, pautado em conhecimento prudente, válido, que enfatize a descolonização do saber e seja funcional e significativo à sua realidade, visto que o sentido de um objeto jamais se desliga de determinado contexto.

Understanding Internationalization at Home: Perspectives from the Global North and South

“…Finally, one cannot underestimate the powerful role of north-western epistemologies in shaping how internationalized curricula are perceived across universities in the Global South, as mentioned by Participant BR_7. A fundamental challenge for teaching staff in HE is to be reflective decision-makers instead of simply enacting standardized global policies (Leal and Barreto Moraes, 2017; Morosini and Ustárroz, 2016).…”

“…The same can be said in relation to case study 2 wherein localised curricula seem to be the norm. Also noteworthy is how western-Eurocentric conceptualisations of the curriculum can increase the gap between the Global North and South, by hindering the incorporation of new perspectives (Andreotti, 2011)geared towards local needs and reflective decision makers Ustárroz, 2016, Leal andBarreto Moraes, 2017).…”

“…Also noteworthy is how neo-colonial logics can shape asymmetries in knowledge production. More specifically, how Eurocentric western conceptualizations of the curriculum can increase the gap between the Global North and South, by hindering the incorporation of new perspectives (Andreotti, 2011) geared towards local needs and reflective decision makers (Leal and Barreto Moraes, 2017; Morosini and Ustárroz, 2016).…”

“…There are tensions between the adoption of a global, regional and local stance, with attempts to internationalize academic curricula emerging mostly as isolated initiatives (e.g. Belli et al, 2016; Stallivieri, 2016), often guided by western educational models and dismissing the epistemic roots of the Brazilian context (Leal and Barreto Moraes, 2017). Although relatively recent, research about the internationalization of Brazilian HE has grown steadily over recent decades.…”

“…Despite some policy enactment, internationalization opportunities 'at home' are yet to be recognised by governmental policies as a gateway to improving the quality of internationalization practices of Brazilian HE. There are tensions between the adoption of a global, regional and local stance, with attempts to internationalize academic curricula emerging mostly as isolated initiatives (e.g., Stallivieri, 2016, Belli et al, 2016, often guided by western educational models and dismissing the epistemic roots of the Brazilian context (Leal and Barreto Moraes, 2017). Although relatively recent, research about the internationalization of Brazilian HE has grown steadily over recent decades.…”