O presente artigo consiste em um estudo sobre a caracterização de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas de internação. Nosso objetivo foi conhecer a realidade dos internos por intermédio de: idade; delito cometido; processo escolar; participação em curso e/ou oficina na instituição. Cabe destacar que nosso interesse foi analisar os dados de caracterização dos jovens a partir de referenciais da psicologia da moralidade. Participaram da investigação 30 adolescentes com idade entre 16 e 17 anos, do sexo masculino, internos em uma unidade do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), na região metropolitana da grande Vitória (ES). Realizamos entrevistas individuais, de acordo com o método clínico proposto por Piaget (1926/s.d.; 1932/1994). Por intermédio dos resultados encontrados, constatamos que a maioria dos adolescentes estuda e faz cursos e/ou oficinas. Quanto aos delitos cometidos, os internos mencionam, dentre outros: “roubo ou furto”, “tráfico de drogas ou associação ou uso”, “homicídio ou latrocínio” e “tentativa de homicídio ou tentativa de latrocínio”. Importante destacar que os dados referentes a escola, cursos e/ou oficinas sugerem uma carência de relações cooperativas e uma falta de integração de outrem nos projetos pessoais dos internos. Ainda constatamos que os adolescentes conferem grande atenção aos seus projetos de vida. Ressaltamos a existência de argumentações morais no repertório de jovens que cometeram infrações. Tal fator evidencia a importância de trabalhos que investiguem os valores morais de adolescentes envolvidos pelo crime e violência, problematizando, inclusive, os ditames presentes nos planos moral e ético de tais jovens