No município de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, o coeficiente neonatal diminuiu de 18,7 em 1980 para 12,6 por 1000 nascidos vivos, em 1991, representando mais de 64% da mortalidade infantil 2 . Estas taxas são altas se comparadas aos países desenvolvidos. As perdas fetais e neonatais não reduziram na mesma proporção em relação à mortalidade geral devido a suas raízes em desequilíbrios da organização médico-sanitária e sócio-econômica. Entre as recomendações apontadas para melhorar estes indicadores destaca-se a organização de serviços de saúde para atendimento ao pré-natal, parto e ao recém-nascido.As primeiras instalações de berçário, no Brasil, surgiram em 1945, passando por várias transformações. Na década de 70, especialistas e órgãos governamentais mobilizaram-se estabelecendo diretrizes e normas técnicas para sua organização e padronização. Na década de 80, foi incorporado às normas técnicas o novo conceito de unidades de atendimento por níveis de complexidade, através de uma rede regional hospitalar organizada em três níveis de cuidado. O processo político-institucional e administrativo de reestruturação do sistema de saúde, desencadeado nessa década, envolveu várias propostas e estratégias para a expansão de cobertura dos serviços, destacando-se: a formulação e implantação das Ações Integradas de Saúde (AIS) em 1983; as mudanças institucionais decorrentes dos princípios básicos estabelecidos na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986; a Constituição promulgada em 1988, onde o direito à saúde tornou-se um preceito e obrigação do Estado assegurá-lo; a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), com a unificação e descentralização dos serviços, através do Sistema Unificado e Descentralizado de