Com base em uma abordagem funcional-discursiva, que considera a ideia de língua em uso e a função comunicativo-interacional da linguagem, levando em conta fatores pragmáticos e não só estruturais, a noção de subordinação é revista. Segundo tal abordagem, as orações denominadas subordinadas pela tradição envolveriam dois grupos distintos: 1) encaixadas: aquelas que são dependentes e que desempenham um papel gramatical em constituência com um item lexical, grupo no qual se encontram as tradicionalmente chamadas substantivas e adjetivas restritivas; 2) hipotáticas: aquelas que são dependentes e que representam opções organizacionais para os falantes, das quais emergem proposições relacionais (inferências), podendo constituir, elas mesmas, unidades de informação à parte, grupo no qual se encontram as tradicionalmente conhecidas como adjetivas explicativas e adverbiais. Segundo considerações de Decat (1999), as estruturas de hipotaxe, cláusulas menos dependentes e que, portanto, podem formar uma unidade de informação à parte, estariam propensas ao desgarramento, ou seja, teriam a possibilidade de ocorrerem, sintaticamente, independentes na língua: