Organização textual, enunciação e argumentação voltadas para o estudante usuário da web

Abstract

Neste artigo, analisa-se um vídeo com fins educativos, com base em fundamentos da Análise Textual dos Discursos e dos Estudos da Enunciação. A investigação contempla três níveis teórico-analíticos: a estrutura composicional, o enunciativo, os atos do discurso e orientação argumentativa (ADAM, 2011), abordando igualmente aspectos verbais e não verbais. Em cada nível, observam-se categorias específicas: planos de texto – no macro e no mesonível; ponto de vista; aspectos interacionais e argumentativos. Os resultados confirmam a ocorrência de um plano de texto em que aspectos videográficos e textuais, em sinergia, favorecem os objetivos enunciativos e propiciam a interação ao estudante usuário da web.

Regina Célia Pagliuchi Da Silveira:

“…No que diz respeito ao primeiro tema, a elaboração de sua tese de doutorado (Marquesi 1990) permitiu-lhe construir as bases para seus estudos textuais-discursivos ao longo da vida. Se a referida tese levou-a à definição da superestrutura do descritivo, embasada por princípios do segundo momento da Linguística Textualo das Gramáticas de Texto, levou-a, também, em etapas subsequentes de pesquisa, a avançar na compreensão do referido objeto de análise, da perspectiva do 3º momentoo das Teorias do Texto, chegando aos dias de hoje, pelos resultados obtidos na escala do tempo, à compreensão da interface que se pode estabelecer entre o descritivo e a orientação argumentativa em cada texto produzido (Marquesi, 2007(Marquesi, , 2013(Marquesi, , 2014(Marquesi, , 2017(Marquesi, , 2018(Marquesi, , 2023Marquesi, Elias e Cabral, 2017;Marquesi, Rodrigues e Cabral, 2021).…”

A construção de objetos de discurso em produções textuais descritivas na aula de PLA: O caso a Cuca e o pescador

“…Entende-se que este tipo de pesquisa "se caracteriza pelo desenvolvimento e esclarecimento de ideias, com o objetivo de oferecer uma visão panorâmica, uma primeira aproximação a determinado fenômeno" (Gonsalves, 2003: 65), como a referenciação em textos descritivos. As análises são de cunho teórico-analítico, apoiadas nos estudos da linguística textual de base sociocognitiva e interacionista (Marquesi, 2007;Roncarati, 2010;Cavalcante et al, 2014;Koch, 2021 e outros).…”

“…Marquesi (2004) propõe que o tipo descritivo ou sequência descritiva se organiza por três categorias, uma superestrutura: a designação, a definição e a individuação. A autora argumenta que uma categoria prototípica ou estereotípica é, primeiramente, considerada como a base mais disponível e compartilhável para a comunicação; em seguida, são operadas modificações que fazem a entidade passar de um ponto central de seu domínio semântico para um ponto periférico, o que provoca uma recategorização radical (Marquesi, 2007). As categorias que compõem a superestrutura do descritivo foram ordenadas por duas regras: a regra da equivalência, responsável pela organização das relações categoriais e predicativas nos diferentes níveis a partir de uma linha horizontal; e a regra da hierarquização, responsável pela organização das relações a partir de uma linha vertical.…”

“…Partindo da perspectiva construtivista da referência no discurso (Roncarati, 2010;Cavalcante, Custódio Filho, & Brito, 2014;Koch, 2021 e outros), defende-se a relevância da referenciação no texto descritivo. Além disso, ancorando-se nos estudos de Marquesi (2004;2007) e Marquesi e Elias (2011), advoga-se que as expressões referenciais são fundamentais na progressão textual, na orientação argumentativa e na construção do sentido dos textos.…”

Linguística De Texto

“…Nesse ponto de intersecção, as contribuições são inúmeras, contemplando o ensino da argumentação na produção textual (CABRAL, 2018;CIULLA;LOPES, 2022); a produção textual em sentido amplo (SANTOS; CUBA RICHE; TEIXEIRA, 2012; MARQUESI, PAULIUKONIS, ELIAS, 2017) o texto em suportes digitais e seus vários gêneros (MARQUESI et. al., 2019); a referenciação (MARQUESI, 2007;ANDRADE, 2019;ANTUNES, 2019;CUSTÓDIO FILHO, 2021, a análise linguística e semiótica, incluindo propostas de atividades (AGUIAR; SANTOS, 2019; SANTOS; LEBLER, 2021; SANTOS, 2021, apenas para citar alguns).…”