2019
DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2019.138596
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Pilhagem territorial, precarização do trabalho e degradação do sujeito que trabalha: reflexões a partir da produção de celulose no Brasil

Abstract: Como resultado de uma singular combinação de fatores internos e externos, particularmente atuantes a partir do início dos anos 2000, a economia e o território do Brasil sofreram um avanço inaudito da produção de commodities agropecuárias e minerais. Nesse contexto, a produção de celulose despontou como um dos principais produtos exportados, territorializando-se em diferentes regiões por meio de megaempreendimentos que vinculam fábricas a imensas áreas de monocultivo de eucalipto. O objetivo do presente artigo … Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1

Citation Types

0
0
0
10

Year Published

2019
2019
2024
2024

Publication Types

Select...
5

Relationship

0
5

Authors

Journals

citations
Cited by 7 publications
(10 citation statements)
references
References 10 publications
0
0
0
10
Order By: Relevance
“…Isto porque o modelo fica muito distante da equanimidade, quando se considera a utilização intensiva de recursos hídricos, terras férteis, logística de transporte adequada, integração ao capital financeiroespeculativo etc. (Perpetua 2016).…”
Section: Reestruturação Produtiva Nos Canaviais Do Polígono Do Agrohidronegócio Canavieirounclassified
See 1 more Smart Citation
“…Isto porque o modelo fica muito distante da equanimidade, quando se considera a utilização intensiva de recursos hídricos, terras férteis, logística de transporte adequada, integração ao capital financeiroespeculativo etc. (Perpetua 2016).…”
Section: Reestruturação Produtiva Nos Canaviais Do Polígono Do Agrohidronegócio Canavieirounclassified
“…3Neste texto, estamos entendendo o trabalho enquanto condição de existência do homem, dado que o trabalho apresente uma dupla transformação, pois o homem que trabalha é transformado por seu trabalho, bem como atua sobre a natureza e a transforma, relação que configura a interação dos homens com a natureza a partir do trabalho, sendo importante enfatizar que o trabalho permite a passagem do ser em si do homem para ser para si possibilitando a "transformação material da realidade material, ao mesmo tempo estamos entendendo o mesmo enquanto categoria fundante para o entendimento da estrutura espacial, da dinâmica territorial, ou do espaço vez mais pauperizados pelo capital por causa da adoção de formas de gestão flexível, do enxugamento da força de trabalho, do aumento da produtividade agrícola, da ampliação da terceirização 4 e das migrações sazonais para o corte e plantio da cana-de-açúcar, bem como o surgimento de um discurso falacioso no que tange a qualificação profissional enquanto possibilidade de requalificação no mercado de trabalho tem aberto caminho para a renovação e recriação de formas assemelhadas de trabalho escravo (Carvalhal 2004, Perpetua 2016, Lourenço e Thomaz Junior 2011.…”
unclassified
“…O Brasil se mantém sob as bases do neoextrativismo, em franca expansão desde o início do século XXI (Milanez;Santos, 2013). Neste primeiro momento da gestão federal bolsonarista, não existiu nenhum movimento governamental que objetivasse a redução substancial da velocidade de extração ou da exportação via pilhagem dos recursos naturais e territórios (Perpetua, 2016). Pelo contrário, mesmo com uma queda de 5,8% do valor total exportado, persistiu, em 2019, a tendência de reprimarização da pauta exportadora brasileira.…”
Section: Considerações Iniciaisunclassified
“…, permitiu a formação de uma sociedade baseada na agricultura em pequena escala, de auto-sustento, troca de excedentes e no trabalho de famílias camponesas e pescadoras (KOOPMANS, 2016;PERPÉTUA;THOMAZ, 2017)…”
unclassified
“…Eram oferecidas medidas de incentivo como a redução de tributação e a isenção fiscal à construção de madeireiras e serrarias por meio de acordos firmados conforme os interesses dos extratores das florestas, iniciando, assim, a ocupação destas áreas pelos pecuaristas (PERPÉTUA; THOMAZ, 2017).Após esse período, na década de 1970, houve aumento dos impactos socioambientais devido ao desmatamento ilícito da Mata Atlântica, o que oportunizou os primeiros plantios de eucalipto em larga escala, realizados com incentivo do governo estadual ao propor a criação de um distrito florestal no extremo sul baiano. Desta maneira, a concentração fundiária foi intensificada "valorizando" as terras da região, propiciando a chegada dos futuros megaempreendimentos da indústria de papel e celulose(MOLINA, 2006;PERPÉTUA;THOMAZ, 2017). O extremo sul passou a ser uma das mais importantes áreas econômicas do estado baiano, seguindo a lógica do capitalismo agrário globalizado do século XXI, tendo a produção agrária forte influência das empresas agrícolas transnacionalizadas e do capital financeiro (STEDILE, 2012).…”
unclassified