Universidade e Território: ensino superior e desenvolvimento regional no Brasil do século XXI | 13 versão top-down e a bottom-up, em que os recursos tivessem mais amplo acesso por parte de grande espectro de territórios beneficiários. A realização da I CNDR, no primeiro semestre de 2013, precedida por conferências estaduais e regionais no ano anterior, teve como um dos objetivos a aproximação com a sociedade civil, as classes produtoras, os acadêmicos, entre outros. 4 Buscou, portanto, aumentar sua inserção no território pelo trabalho de reconhecimento e validação de propostas e demandas de amplos grupos econômicos e sociais participantes. Neste novo ambiente proposto para a PNDR, deveriam ter papel destacado como atores políticos do desenvolvimento regional, entre outros representativos, os consórcios públicos, os comitês e as agências de bacia hidrográfica, os arranjos produtivos locais (APLs) e os territórios da cidadania (Diálogos setoriais, 2012).Colocou-se como relevante no debate sobre a aproximação da PNDR com novos atores e novas agendas de compromissos a necessidade de reconhecimento das potencialidades e fragilidades dos diversos territórios do país, esforço que deveria ser capaz de mobilizar os fatores de conhecimento neles existentes. Daí a relevância das IES públicas, privadas e comunitárias como um aporte para, de um lado, oferecer formação, treinamento e capacitação de mão de obra e, de outro, incentivar os esforços de pesquisa tecnológica ligados às necessidades reveladas pelo território em relevo.A segunda referência motivadora deste projeto das IES foi, sem dúvida, a experiência do Ipea, no início dos anos 2010, de realização de um amplo debate multidisciplinar sobre o desenvolvimento brasileiro por meio da II Conferência de Desenvolvimento (Code). Preocupado com necessidade de estimular e fomentar o debate interdisciplinar sobre o tema das políticas públicas e o desenvolvimento brasileiro, o Ipea, em 2011, abriu uma chamada pública de trabalhos acadêmicos em parceria com onze associações nacionais de pós-graduação em ciências humanas, conforme a seguir descrito. 1) Associação Brasileira de Antropologia (ABA).2) Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP).3) Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). 4) Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (Anpec).4. Conforme avaliação de Amparo (2014, p. 191), "a CNDR foi, sem dúvida, um grande esforço político, organizacional e financeiro empreendido pelo MI, por sua SDR, com vistas a legitimar a PNDR II por intermédio da concertação federativa e social. Foi elaborado um documento de referência em orientação às discussões e deliberações que teriam lugar ao longo do processo conferencial. Um amplo debate de âmbito nacional foi instaurado, com a realização de 27 etapas estaduais e 5 etapas macrorregionais, que reuniram cerca de 10 mil participantes de sociedade civil, empresariado, setor público e instituições de ensino superior, pesquisa e extensão. A plenária nacional, ocorrida em março de 2013, em Bra...