Introdução: guardieros e complexosNos vários ramos da religião de inspiração africana em Cuba, as categorias de "espírito" e "coisa" (ou objeto) cruzam-se de forma sistemática, às vezes colapsando totalmente, tornando-se equivalentes, e, em outras, sendo forjadas através dos dispositivos de modos particulares de engajamento, como as de um especialista ritual, ou através dos passos envolvidos nas iniciações. Mas seria errôneo supor que "espíritos" e "coisas" denominam e implicam agências separadas por definição, ou que a "agên-cia" em si requer um só "agente", pensante, intencional, humano ou não. Na maioria das vezes, a agência aqui não pertence a determinadas formas espirituais, objetos ou elementos naturais por si só, mas à sua combinação, montagem e reconfiguração para fins designados em determinados momentos. A potência e a eficácia ritual derivam em grande parte da sinergia de forças, e não do seu desdobramento autônomo, em que algumas sinergias podem durar mais tempo do que outras, se aproximar mais ou menos com o que poderíamos chamar de "espírito" e/ou de "coisa", e até mesmo do que poderíamos considerar como uma "pessoa", ou tendo características de pessoa. Embora tanto o "espiritual" (no sentido de entidade espiritual) e o material (no sen-