O envelhecimento populacional, realidade no Brasil, é um processo fisiológico acompanhado por diversos fatores que podem aumentar a vulnerabilidade dessa população. O objetivo do presente estudo foi caracterizar uma amostra de idosos usuários da Atenção Primária à Saúde quanto aos fatores sociodemográficos, aspectos de saúde e hábitos de vida, associados à prevalência de vulnerabilidade social, de acordo com variáveis preditoras. Os dados foram coletados por meio de aplicação de questionário e posteriormente digitados, validados e analisados por meio de estatística descritiva. Foram entrevistados 403 idosos, com maioria composta pelo sexo feminino, idade entre 60-69 anos, da cor branca, que possuem companheiro, cursaram o ensino fundamental, que praticam atividade física, não fumam ou bebem, não exercem atividade remunerada, com renda per capita mensal menor ou igual a 1 salário mínimo, que residem com 2 pessoas e que possuem 3 ou mais doenças crônicas não transmissíveis. A prevalência de vulnerabilidade social, dada pela ausência de cônjuge, baixa escolaridade e baixa renda, foi de 51% e variou em função do sexo (56,7% em mulheres; p=0,01), mas não variou em função da idade (p=0,30) e da cor da pele (p=0,07). A maior vulnerabilidade social em idosas é decorrente da maior longevidade, associada muitas vezes à ausência de companheiro, bem como pelas históricas desvantagens educacionais, que culminam em baixa escolaridade, e dificuldades financeiras, como menor renda, em comparação aos homens.