Resumo Desde a Antiguidade e em diversos povos, o homem se ocupa dos sonhos. Ao lado das abordagens dos sonhos de Artemidoro e Freud, apresentamos a "gestão coletiva dos sonhos", mais próxima da tecnologia coletiva dos Warlpiri (trazida pela antropóloga Barbara Glowczewski), dando um enfoque metodológico. São examinados resultados parciais da pesquisa com catorze participantes que narram sonhos, em cinco encontros em grupo semanais, no SPA-Serviço de Psicologia Aplicada da UFF-Universidade Federal Fluminense. O enfoque teórico é dado por autores como Felix Guattari, Gilles Deleuze, Jean-Paul Sartre, Georges Simondon e Michel Foucault. O método inovador aqui elaborado abandona a busca da verdade oculta nos sonhos e os conflitos psicológicos da infância e abraça as cenas noturnas como criações dramáticas, aquilo que os negros Warlpiri da Austrália consideram condições de formação de tudo o que existe. A pesquisa tem o objetivo de propor a gestão coletiva dos sonhos como uma técnica de ativação dos elementos instituintes da vida cotidiana e de criação de método de intervenção no campo da subjetivação. Os resultados mostram que a gestão coletiva dos sonhos é, nesse sentido, viável.
1Resumo: Este texto discute uma atividade grupal com pacientes, realizada no serviço psiquiátrico, a partir da qual se produziram experiências novas com o corpo, a fala, os afetos e os signos. Explora-se a questão da função do ritual e a dispersão a que nos submetemos no trabalho com a esquizofrenia e as dificuldades vivenciadas desse trabalho, inclusive a questão do vazio, tão presente nas psicoses. A organização ou estruturação de uma atividade grupal com psicóticos, embora pareça um progresso, pode significar a perda da potência produtiva e a expulsão da psicose. Palavras-Chave: Saúde mental, psicose, instituição, grupo.Abstract: The present paper discusses a group activity with patients in a psychiatric service that resulted in new experiences with the body, language, affects and signs. It explores the purpose of the ritual and the dispersion of the work with schizophrenics and show the difficulties experimented in this work, including the question of emptiness that is present in schizophrenia. The organization or structuration of group activity with psychotic patients, though it may seem a progress, may indicate the loss of productive power and the expulsion of psychosis.
Resumo Esse texto é fruto de estudos e debates iniciados em 2012 e da possibilidade de pensar o diálogo entre a Psicologia e as práticas de cuidar na espiritualidade de matriz africana. Trazendo, no contexto da resistência negra, os valores que se apresentam nos saberes dos terreiros, acolhimento, comunidade, ancestralidade, e o lugar desses saberes ao longo da história da resistência negra no Brasil. Além de apresentar algumas referências bibliográficas, o texto se baseia nos debates com estudantes de Psicologia e nas visitas a alguns terreiros de Candomblé. O propósito do texto é indicar a importância das psicólogas e dos psicólogos entrarem em contato com alguns conhecimentos das tradições e saberes não ocidentais, presentes numa parte significativa da população brasileira. Considerando que a Psicologia e as religiões de matriz africana estão preocupadas com as questões da subjetividade, mas também com os modos de cuidar e de garantir o direito à diversidade de estilos de vida e à singularização, esse diálogo de saberes pode significar uma mudança das condições epistêmicas para a formação profissional e o trabalho da Psicologia. A perspectiva apresentada pelos saberes da população de terreiro e sua conexão com as lutas históricas do povo negro, poderiam compor na atuação, junto à população brasileira, das psicólogas e dos psicólogos. É aí que faz sentido o reclame ao enegrecimento da Psicologia. É esse sentido, com os avanços que a Psicologia pode fazer, no Brasil, que se desenvolve ao longo do texto.
RESUMOEste artigo traz uma reflexão sobre uma capacitação para o trabalho grupal, destinado às equipes das UBSs (Unidades Básica de Saúde) do SUS (Sistema Único de Saúde) e agentes comunitários de saúde de um município do interior do Estado de São Paulo. Trata-se de analisar o pedido explicitado pela equipe, de mostrar a reflexão a respeito desse pedido, as circunstâncias dos problemas colocados, a experiência dos vários trabalhadores da equipe e a escuta do que se passa do lado da população. Parar para ouvir os parceiros do trabalho e refletir sobre a intervenção fez a equipe trabalhar sua sensibilidade diante das questões da população, do que vem a ser saúde e poder assumir outra postura que não seja a de servir ao controle da população e trabalhar para a construção da sociedade de controle. Keywords: institutional analysis; group dynamics; social control. Palavras Um caso por acaso (demanda e implicação)Era um dia de sábado ensolarado quando fazí-amos a capacitação com as equipes de trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde (UBS) numa cidade do interior de São Paulo, solicitação feita pela Secretaria de Saúde do município para melhorar o trabalho de coordenação de grupos dos funcionários do Sistema Único de Saúde (SUS). No município que faz alto investimento no atendimento à população, na assistência social e na atenção Primária à Saúde (aPS), inclusive no nível preventivo, há inúmeros programas de cuidado à gestante, aos portadores de hipertensão e diabetes, aos tabagistas, entre outros. Na primeira conversa com o grupo, em torno de 20 funcionários, propusemos que se apresentassem e relatassem os trabalhos já desenvolvidos, as dificuldades, as facilidades, os interesses, os espaços físicos. Era o momento de um mapeamento das práticas e dos afetos que atravessavam o trabalho e os funcionários das UBS. Era também um momento no qual os trabalhadores tomariam conhecimento dos problemas vividos pelo conjunto da equipe, das soluções criativas, do que se realizam nas várias unidades de saúde, das dificuldades que todos tinham. Era o primeiro momento, quando juntávamos as singularidades e derivas, os afetos e tremulações corporais e os fazíamos realizarem comparações e entrarem em confronto uns com os outros. a troca ou confrontação de experiências é um dos momentos mais importantes de um encontro grupal, de uma capacitação que não pretende deixar caladas as experiências das pessoas em prol do saber dos mestres, das teorias, das ordens dos especialistas de grupo -em vez disso, pretende aproveitar a oportunidade e levar trabalhadores de uma prefeitura a conhecer os embates laborais dos seus parceiros, a pensar os horizontes do seu trabalho e seguir em direção à experimentação da gestão compartilhada e da autonomia. a troca de expe-
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