Este artigo analisa as formas que envolvem o verbo acabar e um complemento oracional no gerúndio, como na frase eu acabei escrevendo o artigo. Mostram-se evidências de que nestas construções o verbo acabar se comporta como um verbo de alçamento, mas seus efeitos aspectuais não incidem diretamente sobre seu complemento no gerúndio. Propõe-se então uma abordagem sintática na qual há uma categoria vazia que toma como referência uma cadeia de eventos fornecida pelo contexto, a qual forma uma small-clause com a oração no gerúndio. O verbo acabar modifica somente a categoria vazia sujeito dessa small-clause, e o gerúndio fornece um intervalo de tempo que contém o ponto final da cadeia referida por essa categoria vazia, o que explica as propriedades semânticas da construção e suas propriedades sintáticas. Nas seções finais, discutem-se restrições do verbo acabar em relação a alguns tempos verbais.
O presente trabalho se propõe a analisar as nominalizações em-ada do Português do Brasil dentro da arquitetura gramaticalda Morfologia Distribuída. A análise nos leva às seguintesconclusões: (a) as nominalizações em -ada derivadas de verboque ocorrem nas construções com verbo leve dar (CVL) não sãoformadas por anexação de um sufixo -ada a uma raiz ou radicalverbal, mas são nominalizações de particípios de verbos;(b) a interpretação atélica ou diminutivizada frequentementeassociada a tais nominalizações não decorre de sua estruturamorfossintática, mas de sua interação com a CVL em que ocorre.
Tradicionalmente tomada como adjetivo derivado de verbo, a forma terminada em -nte é produtiva em português. Aparentemente, os falantes podem criar novos adjetivos deste tipo simplesmente adicionando um sufixo adjetivador (-nte) a uma base verbal. O produto dessa combinação costuma expressar propriedade inerente 1 ou estado inconcluso, e pode ter como paráfrase uma oração adjetiva relativa. Por exemplo, um filme comovente é um filme que comove (um filme cuja natureza é tal que ele comove a platéia); um animal agonizante é um animal que agoniza, está agonizando (passando pelo estado de agonia).Entretanto
O presente trabalho investiga as propriedades morfossintáticas, morfológicas e semânticas do prefixo re- do português brasileiro assumindo o arcabouço teórico da Morfologia Distribuída. Busca-se, assim, estabelecer sua distribuição e sua contribuição semântica nos contextos em que ocorre. O artigo apresenta evidências de que o prefixo em questão modifica (repete) estados que tipicamente decorrem de eventos incluídos nas denotações dos verbos, nos quais a prefixação é licenciada. Assumindo estruturas de evento sintaticamente representadas, é possível entender a distribuição do prefixo e explica-se a interpretação do verbo prefixado, usando a ideia de escopo do prefixo na estrutura de evento associada ao verbo de base: na proposta, o prefixo terá escopo sobre a parte da estrutura que denota o estado atingido. O prefixo não será encontrado em verbos que não estejam associados a estruturas de evento que incluam um estado em sua denotação. Uma vez que estados nas estruturas de evento podem ser veiculados por adjetivos, raízes puras e certos tipos de sintagmas preposicionais, e que o prefixo é licenciado pela presença dessas estruturas, a aposta será de que o prefixo não faz seleção categorial.
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