A história contada através da oralidade permite a interação entre contador e ouvintes, já que o corpo e a voz propiciam vivências comunitárias, perdidas na aceleração da vida moderna. Muitos educadores ainda não descobriram o quanto as histórias podem ajudá-los. O principal objetivo de contar uma história é divertir, estimulando a imaginação, mas uma história bem contada pode aumentar o interesse pela aula ou permitir a auto-identificação, favorecendo a compreensão de situações desagradáveis e ajudando a resolver conflitos. Agrada a todos sem fazer distinção de idade, classe social ou modo de vida.
Palavras-chave: memória; oralidade; cultura popular; histórias; performance
This study deals with the mythical dimension of the Kaingang oral narratives, a Jê Meridionalsociety whose traditional territories are located in the south of Brazil. It is based on interviews carried outamong Kaingang communities located in the hydrographic region of the Guaíba Lake basin, Rio Grandedo Sul state, analyzed in view of the native etnology and of the myth theory. It was considered speciallythe studies of Egon Schaden (1913) and Mircea Eliade (1963), completed by the studies of RobertCrèpeau (1997), Rogério Reus Gonçalves da Rosa (1998) and Sérgio Baptista da Silva (2002). Thepreliminary data allow to recognize that the Kamé-Kairukré cosmologic dualism, revealed in the versionof the myth of the Kaingang origin collected by Telêmaco Borba (1908), remains as a wire coductor ofthe contemporary Kaingang thought, orienting its narratives, its history and nature conceptions, its life insociety and its duty notion.
CAMPOS, Maria do Carmo. A matéria prismada: o Brasil de longee de perto & outros ensaios. Porto Alegre, Mercado Aberto/ SãoPaulo, EDUSP, 1999. 312 p.Resenhado por: Ana Lúcia Liberato Tettamanzy
Saraus periféricos e poesia negra em Porto AlegreEste artigo 4 apresenta o Sopapo Poético, um sarau de poesia negra que acontece mensalmente em Porto Alegre (RS) desde 2012. 5 Antes disso é necessária sua contextualização com referência a dois marcos: o recente crescimento dos saraus periféricos por todo o Brasil e a tradição da poesia negra brasileira, com suas manifestações especificamente gaúchas.1 Licenciada em teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil. Coorganizadora do Sopapo Poético. E-mail: pamfontoura@hotmail.com 2 Doutorando em sociologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: juliosouto2103@gmail.com 3 Doutora em letras e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: atettamanzy@terra.com.br 4 Um traço importante da escrita deste artigo diz respeito a sua perspectiva teórico-metodológica. Evidente é a preocupação em explicitar o modo de condução do trabalho de campo implicado que, nesse caso, trata da descrição e da interpretação das práticas desenvolvidas no sarau Sopapo Poético. No entanto, sendo uma das autoras membro fundadora e participante ativa do evento desde sua criação, a dimensão autoetnográfica coloca-se como parte do processo. Sua voz não aparece no texto como entrevista ou mero testemunho; articula-se com a investigação da história desse fenômeno literário-cultural e dos possíveis sentidos que o movimento apresenta no cenário local. Produz reflexão amparada na prática, uma ação que se pensa enquanto se faz, e que se faz inserida em contextos de diferença e alteridade produzidos pelo cruzamento de olhares. 5 Mais informações podem ser encontradas no blog do sarau (http://sopapopoetico.blogspot.com.br) ou em sua página do Facebook (https://www.facebook.com/SopapoPoetico/). Alguns registros em vídeo estão disponíveis no Youtube (https://goo.gl/6SFMjl).
Resumo Este artigo se propõe a discutir uma prática estética que envolve narrativas orais. Quem conta um conto é um grupo vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul que tem experimentado atividades relacionadas a performances numa escola mbyá-guarani. Considerando a vontade de beleza que fundamenta a vida indígena, através da arte verbal tem sido possível aproximar diferentes poéticas e também favorecer o entendimento dos modos com que este povo se apropria criativamente de perspectivas alheias. Além disso, tem sido possível compreender as práticas artísticas ameríndias como meios rituais de manutenção do equilíbrio do cosmos e da comunidade.
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