Resumoo artigo pretende analisar o processo de municipalização do ensino fundamental em Londrina, a partir da segunda metade da década de 90, e, sobretudo, o processo de resi~tência a essa política descentralizatória, empreendida pelos atores sociais, organizados através de suas entida des representativas e por meio da Secretaria Municipal de Educação. A análise nos auxilia na compreensão das relações de poder local, das peculiaridades da política educacional do município e das aproximações dessa política às reformas de descentralização estimuladas no âmbito nacional e estadual.Palavras-chave: municipalização; poder local; descentralização política.AI este artigo, o estudo dos conflitos e da resistência em tomo da I Vimplantação do processo da municipalização do ensino funda mental de P . a 4". série em Londrina, a partir da segunda metade da década de 90, é nosso principal foco de análise. Analisando especifica mente o caso londrinense, pensamos poder compreender melhor como a municipalização do ensino é proposta e encaminhada no município, como é percebida pela sociedade civil organizada através dos sindica tos, fóruns e conselhos e avaliada pelas entidades de representação do
O propósito desse texto é problematizar, sociologicamente, a relevância da inserção dos conteúdos de direitos humanos, mais especificamente, de diversidade sexual e de gêneros nos currículos da Educação Básica e das Licenciaturas e mostrar, teoricamente, os impactos da invisibilização ou exclusão destes no processo de estigmatização e de desvalorização dos saberes e das representações sociais desses sujeitos, em especial, nas políticas educacionais. Como procedimentos metodológicos, nos embasaremos na pesquisa qualitativa bibliográfica e documental, analisando, prioritariamente, dois textos oficiais que respaldam a inserção desses conteúdos: a Resolução CNE nº 01/2012 e a Resolução CNE nº 02/2015. Neste processo, preocupa-nos a força de uma coalização política contrária, reunida principalmente nos movimentos conservadores como o Movimento Escola Sem Partido que, utilizando-se de diferentes estratégias para excluir esses conteúdos dos currículos, dos Planos Estaduais e Municipais de Educação, do Exame Nacional do Ensino Médio, da Base Nacional Curricular Comum e dos outros documentos oficiais, continuam tentando impedir a representação dos conhecimentos e dos grupos sociais historicamente invisibilizados nesse país nos espaços curriculares. Nesse contexto, tomamos como hipótese a ideia de que a inclusão desses conteúdos nos currículos da Educação Básica e das Licenciaturas, representa também a inserção da representação sociocultural desses sujeitos e de seus conhecimentos nas políticas educacionais e que tais inserções relacionam-se diretamente com um debate importante sobre oprocesso de constituição da chamada “Escola justa”, já refletida, entre outros autores, porFrançois Dubet. Mesmo cientes de que a concepção de “Escola Justa” extrapola as discussõesde política curricular, defendemos a hipótese de que a garantia dos conteúdos e dasrepresentações das “minorias sociais” nos currículos educacionais configura-se em um passosignificativo para atingir a justiça escolar e a justiça social.
O PEE/PR (Plano Estadual de Educação do Paraná), publicado em 24/06/15, foi elaborado por um comitê gestor, instituído pelo Decreto Estadual nº 12.728, de 08/12/14, que em sua elaboração contou com a participação direta de diferentes órgãos, movimentos sociais e entidades. Porém, como o PNE (2014-2024) e muitos outros planos estaduais e municipais, oPEE/PR sofreu a pressão dos movimentos conservadores que conseguiram impedir ainserção das categorias de diversidade/identidade/desigualdade sexuais e de gênero, assimcomo a denominação da população LGBTI na maioria de suas estratégias. Mesmo sofrendo apressão de coalizações políticas menos significativas nesse campo de recorte, os conteúdosdas relações étnico-raciais também ficaram significativamente invisibilizados nestaimportante materialização de currículo. A supressão desses conteúdos, essenciais na formaçãoeducacional, contribuem na ampliação dos processos de invisibilização dos sujeitos e grupossociais historicamente excluídos no Brasil. Em contrapartida, temos neste mesmo períodohistórico, a publicação da Resol. CNE/CP nº 02/2015 que, entre outros avanços, traz aobrigatoriedade dos conteúdos de diversidades étnico-raciais, sexuais e de gênero noscurrículos de formação inicial e continuada de professores. São essas estratégias deinvisibilidade, recortadas na análise do PEE/PR, como elementos que acirram asdesigualdades sociais e desafiam as políticas públicas educacionais na contemporaneidade,que problematizaremos sociologicamente nesse artigo.
O artigo objetiva discutir as Políticas de Ações Afirmativas no Brasil, sua implementação na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e os desafios para a garantia de acesso e permanência dos grupos excluídos historicamente das políticas públicas educacionais, como negros e indígenas. O mesmo é parte de resultados da pesquisa de pós-graduação em Geografia intitulada “Políticas de Ação Afirmativa no Ensino Superior: o desempenho no espaço geográfico, em especial no mercado de trabalho dos estudantes de cotas raciais formados na Universidade Estadual de Londrina de 2010 a 2018” e das reflexões efetuadas no PROPE (Programa de Apoio ao Acesso e Permanência para Formação de Estudantes da UEL). Como procedimentos metodológicos, pesquisou-se vários documentos que normatizam as Políticas de Ações Afirmativas no Brasil e na UEL, apoiou-se nos referenciais bibliográficos sobre a temática, na sistematização dos dados e posterior produção de texto sobre resultados da pesquisa. Conclui-se que mesmo com a expansão das Ações Afirmativas, o que coloca o Brasil na vanguarda desse tipo de iniciativa inclusiva no mundo e destaca a UEL entre as universidades estaduais do Paraná, para a democratização das relações de poder no âmbito dessa política pública ainda há de se ampliar as ações de permanência estudantil.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.