Pretendemos neste texto traçar algumas reflexões acerca da temática da diversidade e sua interface com a educação intercultural, a partir dos direitos das minorias sub-representadas, neste caso, os indígenas. Para isso, optamos como referência autores do campo teórico conhecido como Estudos Culturais, assim como dos Estudos Pós-coloniais: Bhabha, Canclini, Stuart Hall, Grosfoguel e Dussel, mas também autores brasileiros, como Paulo Freire, Silva e Candau. A partir destes referenciais tomamos por base empírica a realidade dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul, em particular a situação dos estudantes indígenas nas Instituições de Ensino Superior do estado, as relações de saberes e os direitos básicos destas sociedades. Basicamente trata-se de estudo teórico, tendo por base experiências no trabalho com povos indígenas, o acesso e permanência na Universidade como um direito à diversidade cultural.Palavras-chave: Interculturalidade. Direitos humanos. Saberes indígenas.
O contato interétnico gera uma série de impactos e transformações. O processo de territorialização dos Kaiowá e Guarani em Mato Grosso do Sul modificou de maneira drástica a vida de diversas comunidades, às quais conviveram com a atuação do órgão indigenista baseada na tutela. A reserva de pequenas e descontínuas porções de terra modifica e transforma a realidade dos povos indígenas, pois toda ação indigenista se constituí como uma ação colonial que se guia por interesses de soberania e propriedade sobre um espaço determinado, promovendo ações de controle para alcançar seus objetivos. Este texto, fruto de pesquisa de campo na Aldeia Pirakuá em Bela Vista/MS, tem como objetivo a discussão dos conceitos de confinamento e de territorialização, como formas de compreender e demonstrar como ocorreu o empreendimento da ação indigenista sobre os Kaiowá e Guarani.
<p>O artigo se propõe a apresentar reflexão sobre o maior desastre ambiental do Brasil, ocorrido em Minas Gerais, em novembro de 2015, e as consequências trazidas ao povo Krenak, que possui ligação ancestral com o rio Doce, o maior dessa bacia fluvial. Toda a área foi altamente impactada pelo vazamento sem precedentes de rejeitos da mineração do ferro. O desastre aponta para mais um dos conflitos socioambientais diretamente vivenciados por indígenas que, mais das vezes, possuem conceitos próprios quanto ao desenvolvimento, mas sofrem os efeitos dos projetos econômicos dos quais são alijados. O objetivo do artigo é verificar se os conceitos indígenas a respeito de desenvolvimento colocam em xeque aqueles contidos em sociedades nacionais abrangentes, e se é possível uma modificação paradigmática quanto à ideia de desenvolvimento vigente nas sociedades majoritárias, a partir do pensamento indígena. A investigação parte do problema permanentemente avistado em países que possuem populações autóctones, as quais buscam manter seus modos de vida tradicionais, ao mesmo tempo em que são impactadas pelas políticas de desenvolvimento econômico, que não as levam em consideração na tomada de decisões. A ideia conclusiva do artigo é iniciar uma discussão quanto ao conceito de desenvolvimento para os indígenas, e o quanto ele se relaciona com aquele entendido como sendo o desenvolvimento sustentável, além de abordar a questão da responsabilidade das empresas pelos desastres ambientais e sua prevenção. O método utilizado foi o dedutivo para amparar pesquisa de cunho exploratório-bibliográfico.</p>
As migrações intensificam trocas culturais, mas na situação de clandestinidade na qual imigrantes indocumentados permanecem haverá, no máximo, um multiculturalismo caracterizado pela convivência subalterna de culturas sem trocas e diálogos, o que favorece que lhes sejam impingidos o medo, a angústia e a responsabilidade por problemas estruturais. Defende-se nesta pesquisa que o reconhecimento do ius migrandi é o que possibilitará o contato com a alteridade de forma igualitária, sem que o outro encontre-se em situação de inferioridade em decorrência de seu status migratório, construindo-se um multiculturalismo progressista e transformando a prática dos direitos humanos num projeto cosmopolita pela hermenêutica diatópica.
O presente estudo discute impactos da implantação de um empreendimento global agroalimentar, mediante investimento direto, em dois municípios do Sudeste de Mato Grosso do Sul. O ensaio utiliza entrevistas de campo e dados socioeconômicos. Aponta-se para a oportunidade de uma ideia de Desenvolvimento Local que fomente um tecido social participativo e autônomo diante dos desafios do mundo contemporâneo.
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