Resumo: Neste artigo analisamos duas festividades realizadas em Belém, no século XIX, objetivando entender os motivos de sua proibição e posterior desaparecimento, em um contexto de fl uxos culturais, hierarquias e poderes na Amazônia urbana.Palavras-Chave: festividades, mestiças, Amazônia As mestiçagens nunca são uma panacéia; elas expressam combates jamais ganhos e sempre recomeçados. Mas fornecem o privilégio de se pertencer a vários mundos numa só vida: Sou um tupi tangendo um alaúde. (SERGE GRUZINSKI, 2001, p. 320) * Doutora em Antropologia. Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará.
Os arranjos matrimoniais são uma importante fonte de análise do modo como um grupo ou a totalidade da sociedade se organiza. A partir de uma revisão bibliográfica que teve como objetivo mapear as pesquisas sobre este assunto, o presente ensaio sugere a existência de correntes teórico-metodológicas que implicaram no surgimento, desenvolvimento e estabelecimento da escolha do cônjuge como um importante objeto de estudo para as ciências sociais. Adotando como ponto inicial as problematizações da escolha no pensamento social pós-iluminista combinada as suas implicações em diferentes áreas do conhecimento e na vida social, procuramos demonstrar que os avanços e limitações das técnicas de pesquisa e interpretações empregadas por estes estudos fazem da escolha do cônjuge uma pertinente categoria de análise da identidade, interação e ação social em sociedades complexas.
Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar uma etnografia sobre a rede social envolvida no processo de circulação do pescado que chega diariamente ao mercado do Ver-o-Peso, principal entreposto pesqueiro da região amazônica, e é distribuído por toda a cidade de Belém do Pará. Diariamente, o pescado in natura, capturado e trazido em embarcações pesqueiras, entra na área urbana pela Pedra do Peixe, marco espacial e simbólico do mercado do Ver-o-Peso,no qual é vendido e distribuído na cidade e para outras praças do estado e do país, para chegar aos consumidores finais, que o encontram nas feiras, mercados, supermercados e outros pontos de venda, assim como nos restaurantes diversificados, em forma de pratos regionais preparados para os muitos apreciadores do produto. Essa extensa rede de comercialização do pescado apresenta aspectos econômicos, sociais, culturais, regras, informalidades e conflitos, que fazem com que a circulação do pescado em Belém permaneça, até a atualidade, com muito vigor, tendo a Pedra do Ver-o-Peso como centralidade do seu fluxo cotidiano, através das redes de relações e das práticas socioculturais incorporadas por trabalhadores e fregueses que circulam diariamente por esse espaço central da cidade. Palavras-chave:Pedra do Peixe. Ver-o-Peso. Redes sociais. Mercados. Feiras. Abstract:This article aims to present an ethnography on the social network involved in the circulation process of the fish that arrives daily to the market Ver-o-Peso, the main warehouse fishing in the Amazon region, and is distributed throughout the city of Belém, Pará. Every day the fresh fish, captured and brought in fishing vessels, enters the urban area by the Pedra do Peixe, spatial and symbolic milestone in the market Ver-o-Peso, where it is is sold and distributed in the city and other places of the state and country, to reach the final consumers who are at fairs, markets, supermarkets and other retail outlets, as well as the diverse restaurants in the form of prepared regional dishes to the many lovers of the product. This extensive network of marketing of fish has economic, social, cultural, rules, informalities and conflicts that make the circulation of fish in Belém remains, to the present, very powerful, and the Pedra do Peixe at Ver-o-Peso as the centrality of their daily flow through the networks of relationships and sociocultural practices incorporated by workers and customers that circulate daily by this central space of the city.
RESUMO:As Escolas de Samba de Belém fazem parte de uma tradição cultural que remonta ao século passado. Conta essa tradição que o atual formato das escolas de samba da cidade surgiu na década de 1930, a partir de um modelo importado do Rio de Janeiro por Raimundo Manito, morador do bairro do Jurunas, viajante apaixonado pela capital do país e pelas novidades que nela surgiam no século XX. Durante quase um século de existência, as escolas viveram momentos alternados de extrema valorização -vividas intensamente pela população, festejadas pelos cronistas dos jornais locais e cortejadas pelos poderes públicos -e um crescente apagamento de sua história na memória da cidade. Atualmente, os sujeitos e grupos envolvidos nas práticas carnavalescas, embora em número bastante reduzido, confirmam a permanência dessa manifestação popular na vida cultural da cidade, ao mesmo tempo em que acreditam em um novo grande momento para o carnaval de Belém. PALAVRAS-CHAVE: tradição cultural, escola de samba, Belém. ABSTRACT:The Samba Schools of Belém are part of a cultural tradition dating back to the last century. Account this tradition that the current format of the samba schools of the city emerged in the 1930s, from an imported model of Rio de Janeiro by Raimundo Manito, resident of the neighborhood Jurunas, a passionate traveler by nation's capital and by the news that in the twentieth century. For almost a century, the schools experienced alternating moments of extreme appreciation -intensely experienced by the population, celebrated by the chroniclers of the local newspapers and courted by the government -and an increasing erasure of their history in the city's memory. Currently individuals and groups involved in the carnival practices, although greatly reduced in number, confirm the permanence of this popular event in the cultural life of the city, while they believe in a great new moment for the Carnival in Belém.
Em Belém do Pará predomina, com força ilocucionária crescente, o pressuposto de que somos uma cidade morena para um povo moreno. Esse pressuposto, fruto de um senso comum que busca classificar/categorizar as misturas étnico raciais produzidas desde o contexto colonial, tornou-se cada vez mais uma construção discursiva local para acomodar as diversas e muitas vezes opostas interpretações sobre nossa identidade. A análise aqui proposta, nos permite refletir sobre o construto da morenidade, essa violenta identificação mestiçada que por muito tempo tem sido apresentada como um traço cultural central da identidade da cidade, como uma construção discursiva local, uma representação de forte apelo sensório-visual, cuja interpretação histórico-cultural é, ao mesmo tempo, fruto de luta e negociação entre grupos e classes sociais, de resistência e imposição de forças em luta por classificação das alteridades produzidas a par das mestiçagens étnico raciais amazônicas.
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