O texto abarca os aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos relativos à inclusão dos portadores de deficiência visual (PDV) em Porto Alegre. Inicialmente apresentam-se as principais leis, formuladas nos anos de 1990, no Brasil, as quais se propõem a ampliar as perspectivas de inclusão dos PDV à sociedade brasileira. No aspecto cultural, abarca o preconceito e as terminologias utilizadas para referir-se ao PDV (cego, deficiente visual, portador de deficiência visual, "invidente") e os estigmas associados a elas. Nos aspectos social e econômico, abrange a educação e a formação profissional, assim como o acesso ao mercado de trabalho. No aspecto político, trata dos direitos de votar e de ser eleito, assim como da ação fiscalizadora dos direitos dos PDVs e das pressões feitas por suas associações representativas na luta contra o preconceito e a discriminação.
Este artigo traz resultados de pesquisa sobre trabalhadores de um call center, em Porto Alegre, buscando analisar combinadamente como se trabalha e quem trabalha em atividades de telemarketing. Os call centers são organizações empresariais de prestação de serviços de telemarketing. Seus operadores são trabalhadores com escolarização elevada, frente aos níveis do mercado de trabalho brasileiro, o que apontaria para uma profissionalização da atividade. Paradoxalmente, as condições de trabalho, caracterizadas pela intensificação do trabalho e baixa remuneração, mas com exigência de qualificação média, influenciam as estratégias e os sentidos desse emprego para jovens trabalhadores, acabando por defini-lo como "emprego trampolim", que responde apenas a uma superação transitória da condição material e simbólica e não a busca de profissionalização e estabilidade, mesmo com as exigências de conhecimentos técnicos especializados e reciclagem constante. As características do setor e a emergência desse novo tipo de trabalhador auxiliam compreender o trabalho no setor de serviços.
O estudo analisa como professores que ministram a disciplina Sociologia, em escolas de Porto Alegre, praticam a Sociologia Escolar e como eles concebem o currículo que planejam e aplicam, considerando que nem sempre os professores ministrantes são Licenciados em Ciências Sociais. A pesquisa foi baseada em 54 entrevistas com professores que lecionam Sociologia em 47 escolas, onde foram coletados também os planos de ensino aplicados. O estudo revisou princípios das orientações e dos referenciais curriculares oficiais como parâmetro para comparar o “currículo ideal” com o “currículo usual” aplicado nas escolas pelos professores.AbstractThe study analyzes how teachers who teach the discipline Sociology in schools in Porto Alegre practice the School Sociology and how they design, plan and apply the curriculum, considering that teachers who teach the discipline in schools are not always Licensed in Social Sciences. The research was based on interviews with 54 teachers of Sociology in 47 schools, where the applied teaching plans were also collected. The study reviewed the principles of the official curricular guidelines and references as a parameter to compare the “ideal curriculum” with the “usual curriculum” applied in schools by teachers.
O objetivo deste ensaio é examinar o tema da redução da jornada de trabalho de modo crítico, expondo algumas dimensões teóricas e empíricas importantes que costumam ficar excluídas do debate público sobre a matéria. Analisando algumas características sobre o tempo de contratação de trabalhadores no mercado de trabalho brasileiro, demonstra-se que existe uma grande distância entre o discurso, a leitura acadêmica sobre a matéria e a realidade. A redução da jornada de trabalho é um tema multifacetado, que caracteriza um debate complexo e polêmico, suscitando o interesse de diversos agentes sociais interessados nessa pauta, mas que possuem diferentes concepções acerca do debate, em razão da heterogeneidade de valores em jogo. Argumenta-se no artigo que as implicações sociais de uma medida política de redução da jornada de trabalho não podem ser previstas. Contudo, entende-se que essa redução é uma tendência histórica, vinculada ao desenvolvimento socioeconômico. Há diferenças marcantes entre o discurso sindical, a simpatia política pela medida, as afirmações teóricas e as evidências empíricas sobre a temática. O ensaio aborda o tema sobre duas dimensões principais: quantidade e qualidade do emprego. Quando tratado pela perspectiva da quantidade do emprego, envolve a questão da geração de empregos, a fim de minimizar os efeitos do desemprego. Quando tratado pela perspectiva da qualidade do emprego, envolve a questão da riqueza das atividades laborais e o melhor rendimento, proporcionando real melhoria nas condições laborais e na qualidade de vida dos trabalhadores.
Estudos sobre os sistemas de ciência e tecnologia demonstram que a inovação e o desenvolvimento tecnológico emanam de um processo sustentável e durável de inter-relações dinâmicas e complexas entre a ciência e o mercado (Stokes, 2005), muitas vezes mediadas por decisões governamentais e políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) (Etzkowitz e Leydesdorff, 2000;Etzkowitz, 2009; Arbix e Consoni, 2011). Superando a equivocada ideia de que os avanços tecnológicos seguem um modelo linear de desenvolvimento, em que eles se originariam na pesquisa básica realizada nas universidades e acabariam sendo simplesmente incorporados pelas empresas, o teor do argumento em pauta nos estudos mais recentes reside no fato de que o desenvolvimento tecnológico implicaria em significativas transformações em cada uma das instituições envolvidas, tendendo a transpor e transformar as fronteiras que as separam (Etzkowitz, 2009). A partir dessa ideia, a inovação e o desenvolvimento tecnológico podem ser mais bem entendidos como resultados decorrentes do mútuo aprendizado e de troca de conhecimento e informação entre os típi-cos agentes dessas instituições, cada qual com sua natureza e experiência particular, imersos em suas próprias lógicas de ação, orientados pelos seus pró-prios valores e interesses.Em meio ao debate sobre as inter-relações entre a ciência e o mercado, a interface universidade--empresa tem ganhado destaque especialmente no meio acadêmico, porque esse tipo de ligação afeta a organização da pesquisa científica e, sobretudo, as práticas sociais típicas desse campo (Owen-Smith e Powell, 2001; Colyvas e Powell, 2006. Torna-se, portanto, relevante conhecer e analisar como os profissionais acadêmicos têm reagido e percebido esse novo desafio, que afeta diretamen-
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