O artigo apresenta elementos de síntese transversal e comparativa de uma pesquisa que tratou dos processos de construção das Políticas Estaduais de Agroecologia e Produção Orgânica (PEAPOs) em onze estados do Brasil. A partir de informações coletadas por meio de análise documental e de entrevistas semiestruturadas com atores e gestores, construiu-se uma matriz comum de análise da ação pública. Os resultados mostram a mobilização dos movimentos sociais de promoção da agroecologia, aliados a diferentes atores nos poderes públicos estaduais, em paralelo ao desmantelamento de diversas políticas nacionais, como a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), somado a um quadro de incertezas após as últimas eleições presidenciais.
The objective of this study was to evaluate the evolution of the visceral leishmaniasis (VL) in Sergipe State, and a possible foci displacement from the Dry Land to the coast in the last decades, characterizing some environmental aspects related with the occurrence of the endemic disease. An analysis of all notifications send to the to National Health Foundation from 1972 to 1998 was performed. The 1.874 case identified were stratified by municipality, per decade and distributed in the three sub-areas of Sergipe: Dry Land, Transition Region and East (coast). The annual average incidence of LV in the decades of 70, 80 and 90 were respectively of, 1.96, 3.37 and 7.6 per inhabitants. An expansion of this disease is verified in all areas, however there is no displacement of the main foci. In areas, where the largest number of cases of visceral leishmaniasis in Sergipe State have been registered, the climate is humid, with pluviometric indexes above 1,400 mm and altitude is low.
A região Nordeste do Brasil – o Semiárido, em particular – constitui-se num amplo mosaico de diversidade biológica e edafoclimática. Essa diversidade é particularmente importante para a agricultura, pois pode assegurar uma produção sustentável, especialmente no Semiárido, com a utilização de práticas agroecológicas na agricultura familiar, fundamentadas no manejo dos agroecossistemas a partir da convivência com o Semiárido. As famílias têm a tradição de produzir, armazenar e conservar as sementes em suas casas. Nesse cenário, avaliaram-se as interações entre a ciência e as políticas públicas de sementes como estratégias de desenvolvimento, amparadas na Convenção sobre Diversidade Biológica, da Organização das Nações Unidas, ratificada pelo Brasil. Durante todo o processo, os conhecimentos dos agricultores foram valorizados e integrados com o saber científico, mostrando como, a partir das sementes crioulas, são geradas variadas estratégias de uso e manejo dos agroecossistemas. Pelos resultados observados durante cerca de 10 anos de pesquisa, os agricultores concluíram que suas sementes crioulas apresentam desempenho superior ao das sementes comerciais. Os espaços de trocas das sementes crioulas são estratégias que devem ser reconhecidas pelas políticas públicas como mecanismos de gestão da agrobiodiversidade, pois superam a lógica assistencialista dos programas tradicionais de distribuição de sementes.
A trajetória de ascensão da agroecologia está associada ao conjunto de respostas ao modelo de agricultura baseado na revolução verde, implementado a partir dos anos 1950 e 1960 no Brasil, e se materializou com contribuições de diversos campos de intervenção. Assim, no campo da ciência, alguns estudos forneceram novas perspectivas sobre os impactos da modernização da agricultura nos agroecossistemas, contribuindo para uma compreensão mais ampla sobre os efeitos do uso dos agrotóxicos, a complexidade do manejo dos solos, as interações solo-insetos-plantas em suas diversas relações ecológicas, além da influência do ambiente nessas relações.Áreas de conhecimento como a geografia, a sociologia rural, a biologia, as ciências agrárias e, principalmente, a ecologia, garantiram, a partir das pesquisas desenvolvidas, a ampliação das abordagens que contribuíram no entendimento sobre as paisagens, os territórios, os sistemas de produção, a agrobiodiversidade, o funcionamento dos campos de produção, o papel da matéria orgânica e da nutrição das plantas.Também no campo da pesquisa, estudos relacionados com o desenvolvimento rural, sobre as consequências dos estilos de produção, sobre o processo de industrialização da agricultura e a concentração do capital, permitiram a reflexão sobre as relações sociais e econômicas que se evidenciavam nesse modelo capitalista e excludente, quando analisado sob a perspectiva do campesinato no Brasil.No campo dos movimentos sociais destacam-se duas frentes de grande importância na consolidação da agroecologia também como um movimento social que emerge dos interesses populares: o mo- ApresentAçãoAgroecologiA: AbordAgens nA buscA dA AutonomiA do cAmpesinAto brAsileiro Fernando Fleury Curado Edson Diogo Tavaresvimento ambientalista e os movimentos sociais no campo. Ambos estão inseridos no amplo e plural processo de reflexão política e ambiental que se destaca a partir dos anos 1970, mas principalmente nos anos 1980, e que aponta para uma nova postura da sociedade civil na luta pelos direitos sociais, econômicos, ambientais e políti-cos, neste caso, na luta pela participação política (1). O movimento agroecológico (2) foi inicialmente denominado agricultura alternativa (3), reunindo diversas correntes como a agricultura biodinâmica, a agricultura orgânica, a permacultura, a agricultura ecológica, dentre outras, que, desde então, apesar das diferentes origens, concepções e especificidades, contribuíram na construção das chamadas "agriculturas sustentáveis", convergindo no sentido da conformação de um estilo de agricultura que se contrapõe ao modelo agroquímico e concentrador de capitais, mas dissonantes no sentido da dimensão social, seja nas críticas aos impactos sociais desse modelo hegemônico baseado na revolução verde, seja na ausência da participação do campesinato nos processos decisórios, seja na assessoria técnica, ou no processo de experimentação e intercâmbio de conhecimentos.Nesta direção, as ações da Igreja Católica de cunho progressista, fundamentadas na teologia da libertação e, mai...
A abordagem agroecológica promove a autonomia, devido valorizar os produtos locais, promover o diálogo e a troca de saberes por meio do reconhecimento dos métodos tradicionais de manejo produtivo. A construção de Unidades de Aprendizagem (UA) se deu com o diálogo entre o conhecimento das famílias agricultoras e o formal dos técnicos, para a inclusão socioprodutiva das famílias beneficiárias da Política Pública (PBSM), de território rural Sergipano. A metodologia foi de pesquisa-ação-participativa, envolvendo 120 famílias. As UAs geraram conhecimentos adaptados à realidade das famílias, permitindo a construção de um novo conhecimento sobre a realidade local promovendo soluções que geraram maior autonomia com a utilização de insumos locais. É incontestável o papel das políticas públicas para promoção da autonomía e segurança alimentar e nutricional das famílias
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