Este artigo analisa os impactos da internacionalização das políticas educacionais sobre os professores, diretores e equipe pedagógica de uma escola municipal de Curitiba. Este fenômeno está relacionado à intensificação da produção e adoção de termos/conceitos amplamente difundidos e aceitos pela maioria dos sujeitos que atuam naquela escola. As novas estratégias para a elaboração das políticas deste século visam tornar a escola local privilegiado para a produção do consenso. Nesta etapa das políticas, fica evidente que o atendimento às demandas necessárias ao desenvolvimento capitalista guia a formulação das políticas educativas, minando as possibilidades de enfrentar os problemas da escola a partir do mais urgente. Por meio de pesquisa empírica, que contou com procedimentos de observação participante, entrevistas semiestruturadas e análise de documentos, foi possível analisar a implementação do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) e sua relação com os aspectos mais gerais da internacionalização das políticas educacionais. O PDE-Escola recomenda estratégias às escolas que as levam a se responsabilizar pelos resultados obtidos nas avaliações de desempenho, a desenvolver práticas de gestão gerencialista, a não realizar discussões ampliadas com o grupo de professores pela falta de tempo necessário para tal atividade.
RESUMO:O artigo sugere a existência de uma agenda internacional para a educação, promovida pelas Organizações Internacionais, a partir da qual se promove a expansão de sistemas de avaliação da qualidade da educação. O estudo foi realizado a partir de análises de documentos internacionais e nacionais que tratam sobre as avaliações externas nos sistemas educacionais do Brasil e Chile. Em particular, analisaram-se documentos de política educacional centrados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, no Brasil, e no Sistema de Medição da Qualidade da Educação, no Chile. As análises evidenciam a presença de estratégias ideológico-discursivas comuns entre as Organizações Internacionais e as elites políticas locais, que apontam a legitimidade e naturalização dos sistemas de avaliação da qualidade, assim como do contexto político em que se inserem, apagando de sua textualidade possíveis resistências e discursos alternativos.
Resumo: Com este artigo objetivamos explicitar, através do materialismo histórico-dialético, o papel das políticas educacionais como estratégia para a construção da vontade coletiva, conceito desenvolvido por Gramsci (2011), que traduz a organização social dos grupos subalternos na luta pela produção de uma contra-hegemonia. Na primeira seção, argumentamos sobre a necessidade de as pesquisas em política educacional tomarem posicionamentos mais evidentes quanto às concepções epistemológicas adotadas, evitando, assim, um olhar neutro e desvinculado da prática social. Em seguida, apresentamos o debate sobre a ontopositividade e ontonegatividade da política e as possíveis implicações para a melhor compreensão do seu papel. Evidenciamos, ainda, o caminho teórico-prático percorrido por Gramsci ao desenvolver o conceito de vontade coletiva nacional-popular. Finalmente, destacamos as políticas educacionais como estratégias para a produção da hegemonia e da contra-hegemonia. Palavras-chave: Políticas Educacionais. Vontade coletiva. Hegemonia. Abstract:The aim of this paper is to explain the role of educational policies as strategies for the construction of the collective will through the dialectical materialism approach, a concept established by Gramsci (2011), which reflects the social organization of subordinate groups to fight for the production of counter-hegemony. In the first section, the need for the research on educational policies to take clearer positions regarding the epistemological conceptions adopted, in order to avoid a neutral and detached look into social practice is discussed. Next, the debate about the ontopositivity and ontonegativity of politics and the possible implications for a better understanding of their role is presented. After that, Gramsci's theoretical and practical trajectory while developing the concept of national-popular collective will is approached. Finally, the educational policies are pointed out as strategies for the production of hegemony and counter-hegemony.
A escola é, na perspectiva da pedagogia histórico-crítica, o local de excelência para a transmissão dos conhecimentos científicos, artísticos e filosóficos, na direção de uma formação humana omnilateral. Esta afirmação torna-se fundamental quando analisamos as avaliações externas na educação escolar e a crescente tendência da lógica gerencialista e de conteúdos voltados às exigências do mercado de trabalho capitalista, além da consideração apenas de fatores intraescolares como definidores da qualidade da educação. Este artigo objetiva problematizar a lógica de avaliação externa hegemônica no contexto brasileiro e elaborar princípios para uma avaliação emancipadora. Não com o objetivo de responsabilizar e ranquear escolas, mas oferecer um diagnóstico sobre a realidade escolar, suas fragilidades e potencialidades, e, principalmente, identificar as relações entre o desenvolvimento da sociedade e a individualidade dos indivíduos. Tal perspectiva tem o intuito de possibilitar a reflexão e construção de formas de acompanhamento do ensino e da aprendizagem, considerando o enriquecimento da formação do gênero humano e seu potencial de transformação social.
Is there a place for teaching literature on the National Common Curriculum Base for High School? Is its presence important to the formation of humanization in individuals? The paper answers that, although it plays a founding role in the process of appropriation of the humanities, the teaching of literature is absent in the new document proposed by the Brazilian Ministry of Education. The starting point is the exacerbated pragmatism and spontaneity that pushes away school content to the detriment of an immediate teaching based on the development of skills and abilities as responses to the problems generated in this society. The analysis is made from a literary education perspective that enables the aesthetic enjoyment and the process of human objectification. It is argued that literature, as classical knowledge, should be in schools and, above all, converge with its learning objectives, which enable the construction of humanization and lead the individual to aesthetic catharsis. To this end, a documental analysis is carried out, establishing relationships between the theory of Marxist aesthetics and the approach to literature in the new regulatory document, highlighting points considered relevant for the formation of an emancipatory education.
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