O artigo enfoca aquilo que a literatura vem atualmente apontando acerca das necessidades de conhecermos ampla e profundamente o campo de pesquisa sobre formação de professores. Dentro desse escopo, o objetivo foi traçar um perfil métrico do campo brasileiro de pesquisas sobre formação de professores em Educação em Ciências, baseado em artigos de periódicos dessa área. Este trabalho é parte de uma extensa investigação sobre o tema, na qual utilizamos bases teórico-metodológicas da estatística descritiva, da bibliometria e da cienciometria. Nesta pesquisa foram analisados 406 artigos sobre formação de professores publicados nestes cinco periódicos brasileiros da área de Educação em Ciências, desde o primeiro número de cada um até o último de 2016: IENCI, Ciência & Educação, Ensaio, RBPEC e Alexandria. O conjunto de indicadores mostra que o referido campo mescla atributos próprios (e.g., tipo de literatura que o fundamenta; forte presença autoral feminina) e características que são compartilhadas com outros campos (e.g., distribuição da produtividade sobre um tema específico). As análises realizadas sugerem um perfil de pouca produção teórica e baixa autonomia epistêmica do campo de pesquisa sobre formação de professores em Educação em Ciências. Há nítida importação e uso de referenciais teórico-metodológicos de outros campos de pesquisas, notadamente da Educação, Filosofia e Psicologia.
O presente trabalho de pesquisa consistiu em duas etapas: (i) produção de um Guia de Estudos em que a história das pesquisas sobre a febre amarela (1881-1903) foi usada como subsídio para a discussão de alguns importantes aspectos do processo de produção de conhecimentos na ciência; (ii) realização de experiência pedagógica em que o Guia de Estudos foi aplicado junto a alunos do ensino médio. Os resultados obtidos forneceram evidência da viabilidade do uso da História da Ciência no Ensino de Ciências.
The present research consisted of two stages: (i) production of a Guide of Studies in which the history of scientific research about yellow fever (1881-1903) was used as subsidy for the discussion of some important aspects of the process of production of knowledge in science; (ii) accomplishment of pedagogical experience in which the Guide of Studies was applied to High School students. Results showed evidence of the viability of the use of History of Science in Science Teaching
ROBERTO NARDImática; 5) Linguagem, discurso e ensino de Ciências; 6) Ciência, tecnologia, ambiente e desenvolvimento humano.Este livro apresenta, no conjunto de seus capítulos, uma parte das recentes produções do Programa, já aprovadas em bancas examinadoras, tendo como pano de fundo a questão da formação de professores.No primeiro capítulo, intitulado "Investigação temática na formação de professores de Física e no ensino de Física", os autores apresentam e discutem uma análise do processo e das estratégias de codifi cação e decodifi cação que adotam na investigação temática para a obtenção de redes conceituais prévias em Física. Diante dos dados obtidos, buscam a reconstrução racional da história da própria prática e constatam a relevância da investigação temática para inserção da problematização das implicações da relação Ciên-cia, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA).No capítulo que segue, os autores de "As atividades de campo no ensino de Ciências: refl exões a partir das perspectivas de um grupo de professores" discutem sobre o papel das atividades de campo como estratégia no ensino das Ciências, mais especifi camente na Educação Ambiental, em investigação que fi zeram com um grupo de professores em uma atividade de campo promovida pelo Centro de Divulgação Científi ca e Cultural da Universidade de São Paulo (CDCC/USP)."Formação inicial de professores de Química: formação específi ca e pedagógica" é o título do próximo capítulo, no qual os autores abordam a formação pedagógica e específi ca de licenciandos em Química com base em dados e refl exões referentes a um estudo realizado, por meio do qual foi possível identifi car problemas em relação à formação inicial dos professores.Embasados por teorias sociomorais, os autores de "Ensino de Ciências e Educação Moral: implicações mútuas" argumentam em prol das possibilidades de subsídios mútuos entre o ensino de Ciências e a Educação Moral. Defendem no texto que o ensino de Ciências crítico e desmistifi cado potencializa o desenvolvimento moral, assim como os princípios teóricos do desenvolvimento também são subsídios para o ensino de Ciências na perspectiva da desmistifi cação da visão de ciência e construção crítica do conhecimento.Em "Um estudo exploratório sobre o ensino de Astronomia na formação continuada de professores", relata-se um estudo sobre a formação continuada de professores da Educação Básica, que visou o desenvolvimento profi ssional quanto à prática de ensino de conteúdos relacionados à Astronomia. ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA I 9 No capítulo seguinte, intitulado "Análise de práticas pedagógicas realizadas em atividades de formação continuada de professores: a aproximação da História e Filosofi a da Ciência no ensino de Física", os autores uti li zam-se de um curso que realizam para analisar o desenvolvimento de atividades de formação continuada com docentes de Física, buscando-se aproximar a História e Filosofi a da Ciência do ensino.Ensino de Física para alunos com defi ciência visual é o tema do artigo "Inclusão no ensino de Físi...
RESUMOO excesso de peso é cada vez maior entre da população escolar jovem. Uma vez que não é evidente qual a atitude dos alunos com sobrepeso e obesidade face à participação em atividades físicas e sua relação com o desempenho escolar pretendemos identificar os factores de influência no contexto da EF escolar. Participaram neste estudo 490 alunos dos 3º ciclo e ensino secundário, divididos por sexo. Os valores de IMC foram ajustados para sexo e idade e criados três grupos: Magreza; peso normal; e excesso de peso. Os valores dos resultados escolares foram normalizadas para uma escala de 1 a 5 valores. A participação em atividades desportivas, regularidade de prática e percepção do sucesso escolar foi medida por questionário. Após análise exploratória dos dados foram realizados os testes do Qui-quadrado, ANOVA e correlação de Pearson. O eta quadrado parcial (η²) foi reportado como medida da magnitude do efeito das diferenças verificadas nas ANOVAs. Foi considerado o valor de α de 0.05. Os resultados mostraram que alunos com excesso de peso e magreza reportaram menores níveis de atividade física em relação a alunos normoponderais (4.20±1.73, 4.06±1.77, 4.61±1.73; p=0.044; η²=0.01, resp.). A maior parte dos alunos definiu o seu sucesso escolar através da aprovação/transição de ano a par de boas classificações, tendo este grupo obtido níveis superiores de prática (4.57±1.71, p=0.03) Verificaram-se efeitos significativos da variável níveis de IMC nas classificações médias finais e na disciplina de EF, em que os alunos normoponderais obtiveram melhores classificações do que os alunos com excesso de peso. Além disso, verificaram-se correlações significativas entre as classificações de Português e Matemática (r=0.80; p<0.001), entre as classificações de EF e Português (r=0.36; p<0.001), e entre as classificações de EF e Matemática (r=0.42; p<0.001). Os alunos com sobrepeso apresentaram níveis inferiores de prática de atividade física quando comparados com os alunos com peso normal ou magros concomitantemente com um rendimento escolar inferior. Face aos resultados consideramos a prática de atividade física um fator com influência positiva no rendimento escolar em alunos dos ensinos básico e secundário.Palavras-chave: Atividade física, IMC, perceções de sucesso, rendimento escolar, EF. ABSTRACTOverweight is increasing among the school population being physical inactivity one of its main causes. Since it is not clear what kind of attitude do overweight and obese students have towards participation in physical activity and its relationship with academic performance we intend to identify the influencing factors in the context of physical education. Participated in this study 490 students from 3 rd cycle and secondary education, divided by gender. BMI values were adjusted for sex and age and three groups were created: leanness; normal weight; and overweight. The values of the academic performance were normalized to a scale of 1 to 5 points. Participation in sporting activities, regularity of practice and perception of academic...
Nos últimos vinte anos a temática da formação de professores vem se consolidando como uma das mais presentes nos trabalhos de pesquisa em educação em ciências. Ao longo desse processo, tem sido comum que esses estudos busquem parte de sua fundamentação teórica em obras já clássicas (por exemplo, GAUTHIER et al., 1998;GIROUX, 1997;MARCELO GARCÍA, 1999;SCHÖN, 2000;TARDIF, 2004). As referidas obras gradativamente originaram um corpo de conhecimentos e proposições que contribuíram para novos patamares de debate, demonstrando, por exemplo, a inadequação da concepção da racionalidade técnica, e a pluralidade dos saberes docentes. Ao mesmo tempo, pesquisas voltadas à obtenção e à discussão de dados de natureza empírica avançaram de modo significativo ao disponibilizarem numerosas análises a respeito de concepções de professores e a respeito de programas e atividades de formação inicial e formação em serviço.Tendo em vista esse cenário, muitos aspectos poderiam ser levantados e discutidos. Selecionarei para o momento, por sua relevância e complexidade, um único aspecto apenas, que é o diálogo entre os aportes da pesquisa acadêmica e os processos formativos que se dão no âmbito das escolas de educação básica e no âmbito das universidades. Em relação a tal problemática, algumas perguntas podem ser feitas: Qual tem sido -e qual deveria ser idealmente -o papel da produção acadêmica (em ensino) no âmbito do processo de formação de professores e, principalmente, no âmbito de seu trabalho? Até que ponto a produção acadêmica em ensino tem real potencial de se transformar em uma contribuição para o trabalho dos professores da educação básica, e quais os caminhos para que esses professores considerem os conhecimentos elaborados pela academia, avaliem-nos e os transformem em favor de sua prática? Que tipo de saberes os professores estruturam a partir do contato com a produção acadêmica em ensino, e como esses saberes dialogam com outros saberes docentes, em função dos desafios do trabalho educativo? Há diversas respostas para essas questões, e colocarei aqui apenas algumas sugestões de apontamentos gerais. Não seguirei uma ordem linear para tal reflexão, já que os diferentes elementos do problema aparecem imbricados.Os conhecimentos produzidos pela academia, e que podem ser úteis para as discussões sobre ensino, distribuem-se em campos de estudo diversos, embora inter-relacionados. História da Educação, Políticas Públicas em Educação, Filosofia da Educação, Psicologia da Educação, Didática, Metodologia do Ensino e Linguagem são exemplos desses campos. Há porém, nos meios escolares e até na academia, certa desconfiança quanto à pertinência e o valor
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