Artigo recebido em 17 de agosto de 2016, versão final aceita em 4 de abril de 2017. RESUMO:A crise ambiental exige uma reflexão crítica sobre as suposições que orientam a sociedade ocidental moderna. Ao abandonarem a concepção da Natureza enquanto forma de vida orgânica e autodeterminada e, assim, passando a concebê-la como objeto a ser dominado, retiram-na do interior das relações éticas. Buscando um diálogo entre as noções de ato responsável e alteridade em Mikhail Bakhtin e Emmanuel Lévinas, respectivamente, a reflexão ética abordada neste ensaio problematiza como essas categorias podem ultrapassar a relação humano-humano, no sentido de uma responsabilidade com o Outro não humano que é subjetivado na e pela cultura, o que pode ser representado pela ideia da transcendência do 'si mesmo' em direção ao Infinito Ético. Assim sendo, o objetivo deste artigo é o de contribuir para o universo da Educação Ambiental, aproximando a abordagem da Natureza à alteridade/diferença inerente ao ato responsável e colocando-a como um Outro que deve ir muito além das gramáticas da dominação/servidão. Palavras-chave:Bakhtin; Lévinas; natureza; crise ambiental; ética. ABSTRACT:The environmental crisis requires a critical reflection concerning the assumptions that guide modern Western society. In abandoning the conception of Nature as an organic and self-determined form of life, and thus conceiving it as an object of domination, Nature is thus subtracted from ethical relationships. The approach that inspires our understanding of ethical crisis in this paper discusses how the categories of responsible act and alterity in Mikhail Bakhtin and Emmanuel Lévinas, respectively, can surpass the relationship human-tohuman, reaching new ways of responsibility that could include the relationship between human to the other non-human, which is also recreated by culture. Therefore, the purpose of this article is to contribute to the field of environmental education through an approximation of the concept of Nature to the core sense of alterity/
RESUMO O artigo objetiva defender a índole dialógica da paisagem. Trabalhando na fronteira entre a filosofia bakhtiniana da linguagem e os estudos culturais da paisagem, defendemos que a paisagem não seja estudada sem considerar as formas culturais de comunicação nos diferentes domínios da organização social – os gêneros discursivos; que toda paisagem é encontro semiótico com uma alteridade concreta; que o intérprete que emerge quando uma área entra em relação de representação é necessariamente caracterizado por um cronotopo; que toda paisagem é representação cronotópica; que a geografia cultural reconheça que os aspectos semióticos da paisagem são tão materiais quanto sua morfologia. Partimos da hipótese de que a paisagem é uma representação cronotópica que sempre se realiza através de algum gênero discursivo, pois sempre é um processo comunicativo e de encontro com o outro em uma situação de inter-relação socialmente organizada – é diálogo concreto. Para adentrar à profundeza de seus sentidos, precisa-se reconhecer e compreender sua índole material, histórica, geográfica e dialógica.
Tendo como objeto empírico as relações dialógicas inerentes ao processo de implementação de projetos urbanos em fase inicial, o presente artigo tem por objetivo defender a índole dialógica da paisagem; defender que essa categoria geográfica é ontologicamente dialógica. Defendemos que uma abordagem dialógica da paisagem nos permitirá refletir, por exemplo, sobre a relação paisagem-poder extrapolando a dicotomia, que tem tomado esse debate, entre paisagem hegemônica e contra-hegemônica. Permitirá, num mesmo movimento, extrapolar o fetichismo da rebeldia que tem tomado os debates que revelam a mobilização de elementos da paisagem como forma de contestação e canal para reivindicações públicas frente a projetos urbanos em fase inicial; extrapolar a relação entre resistência e paisagem em direção ao entendimento de uma índole responsiva e, logo, dialógica da paisagem.
Este artigo constitui uma tentativa de fazer uma reflexão sobre o embate entre a supressão e a conservação da natureza na cidade, defendendo o fortalecimento da racionalidade ambiental como caminho ao resgate da beleza da paisagem urbana. No que concerne à metodologia, partiu-se da ontologia da realidade concreta, considerando suas diversas perspectivas de representação. Corroboramos, enfim, a hipótese de que é possível resgatar a beleza da paisagem através da implementação de um processo permanente de educação norteado pela racionalidade ambiental, o que se faz de fundamental relevância para a retomada do processo de desenvolvimento ambiental na cidade. Palavras-chave: Economicismo; racionalidade ambiental; direito à natureza; ambientes urbanos Between the suppression and conservation of the nature in the city: the role of the environmental rationality towards the recovery of the beauty of landscape A B S T R A C T This article is an attempt to do a reflection of the clash between the suppression and conservation processes of the nature in the city, defending the role of environmental rationality as a way towards the recovery of the beauty of urban landscapes. With regard to the methodology, we took in account the ontology of concrete reality as a starting-point, considering at the same time different types of representation's perspective. Finally, we confirm the hypothesis that it is possible recover the beauty of landscape through an educational process oriented by an environmental rationality, which is essential for the resumption of the environmental development process in the city.
Tomando as viagens de mulheres na modalidade solo como objeto empírico, o presente artigo objetiva discutir a incompatibilidade da representação patriarcal da mulher com seu deslocamento livre. Para tanto, além de realizar uma revisão blibliográfica, partiu-se da análise de blogs de viagens, mais especificamente, de postagens de “dicas para mulheres que viajam sozinhas”. Isso, pois entendese que a busca por dica (breve conselho/informação privilegiada) demonstra uma comunicação estratégica entre as mulheres para tentar reduzir as violências presentes no processo de deslocamento. Asssim, as dicas expressam a condensação de experiências individuais/coletivas e serve-nos como estruturas de redução fenomenológica intersubjetiva; serve-nos como material analítico capaz de aclarar um pouco mais essa relação conflituosa entre a representação patriarcal da mulher e o seu deslocamento. Ao final, conclui-se que o deslocamento da mulher é dificultado em múltiplas escalas, incluindo a dos deslocamentos turísticos; que o caráter simbólico e ideológico que marca sua representação numa sociedade patriarcal é onde reside a maior parcela dos obstáculos à liberdade.
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