As cidades estão sofrendo profundas transformações no campo da saúde, cultura, relações sociais, e principalmente na vida urbana, provocando inúmeras reflexões e questionamentos ao modelo de cidade que poderá ser desfrutada pós-pandemia da COVID-19, destacando a importância e o papel dos espaços públicos e das áreas verdes em períodos excepcionais como no caso da pandemia e para o futuro da vida urbana. Diante da atual situação, este artigo tem por objetivo recomendar diretrizes de convivência e de uso adequado para as áreas verdes e espaços públicos, compatíveis com as exigências da saúde pública para o período da pandemia, até que se tenha uma vacina eficiente, e ao mesmo tempo, colaborar com diretrizes para uma qualidade de vida urbana com maior valorização das áreas verdes, vencida a pandemia. Esse estudo foi baseado na Pesquisa Emoções Momentâneas: Comportamentos e Hábitos Cotidianos Pós-Pandemia (XIMENES et al., 2020), nas revisões de literatura técnica e científica, nas análises das informações disponíveis e no mapeamento das áreas verdes do município de São Paulo. A ressignificação das cidades pós-pandemia deverá abordar a implementação de novas políticas públicas, e meios de apropriação e convivência dos espaços públicos, parques e áreas verdes da cidade de São Paulo, tornando-os mais humanizados, seguros e inclusivos; trabalhando estratégias integradas ao desenvolvimento urbano sustentável na retomada das atividades de lazer, cultura, gastronomia e entretenimento.
A vida urbana vem sofrendo profundas mudanças em decorrência das perdas causadas pela pandemia de Covid 19, que segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) é uma disseminação mundial do novo coronavírus, colocando-nos diante de uma reflexão sobre os desafios para nosso futuro comum: Que modelo de planejamento urbano devemos construir, e como as pessoas poderão se apropriar dos espaços públicos e das áreas verde da cidade de forma segura, inclusiva e com qualidade de vida nesse período durante e após pandemia? A pandemia declarada em 11/03/2020 pela OMS colocou em questão e ressaltou a importância das áreas verdes e dos espaços públicos urbanos, em contrapartida ao isolamento social a que todos ficamos submetidos, como a única “vacina” disponível para evitarmos a contaminação. Ao mesmo tempo, esse futuro incerto, nos remete a perguntas e incertezas sobre a maneira como enfrentar a crise climática, e fortalecer a sustentabilidade urbana e a qualidade de vida das pessoas em todo o planeta. A retrospectiva das pandemias que o mundo vem enfrentando, enfatiza a importância das áreas verdes na qualidade ambiental urbana das cidades, tendo como um dos principais elementos de preocupação a saúde das pessoas. Nesse sentido, será necessário propor mudanças no espaço físico e na forma de uso dos espaços públicos e das áreas verdes como forma de ressignificação da vida urbana.
As cidades costeiras brasileiras vêm sofrendo riscos devido aos eventos climáticos, e o rápido desenvolvimento urbano agrava este cenário de perdas humanas e ambientais. O primeiro grande impulso às estratégias de adaptação climática no planejamento foi o desenvolvimento do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, que orienta a integração do uso e ocupação do solo à preservação ambiental e prevenção aos riscos de desastres naturais. Neste contexto de vulnerabilidade urbana a eventos extremos, as Soluções baseadas na Natureza (SbN) são importantes estratégias de conservação da biodiversidade, destacando-se as medidas de adaptação baseadas em ecossistemas (AbE), que fortalecem a resiliência urbana, e vem ganhando destaque pelos seus múltiplos benefícios; utilizam da conservação e restauração de ecossistemas para oferecer serviços ambientais e possibilitam defesas naturais contra enchentes e deslizamentos. As cidades costeiras brasileiras como Salvador, Recife, Rio de Janeiro e Santos são consideradas com alta vulnerabilidade às mudanças climáticas, e vem desenvolvendo ações de adaptação e índices de vulnerabilidade que analisamos neste artigo. No caso de Santos, no Estado de São Paulo, em seu Plano de Mudanças Climáticas, foi proposto projeto de AbE na área urbana de Monte Serrat para a recuperação e ampliação dos remanescentes de Mata Atlântica com a participação da comunidade local. Concluiu-se que há um grande potencial para soluções baseadas na natureza - SbN, e em especial de medidas AbE, nas cidades costeiras mais vulneráveis a riscos climáticos, mas ainda há poucas ações concretas aplicadas para ampliar a segurança da população e a recuperação ambiental. Com a evolução da adaptação climática no Brasil há uma demanda emergencial por prognósticos e identificação de riscos climáticos na escala local, e em ações de AbE para ampliar a prevenção de risco. Para tal é necessário maior disseminação do conhecimento técnico-científico em vulnerabilidade climática, intercâmbio com redes mundiais em resiliência urbana e maior investimento em ações de AbE no âmbito da adaptação climática.
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