REsuMOObjetivos: analisar habilidades ortográficas de crianças diagnosticadas com problemas de aprendizado. Foram quantificados e classificados erros produzidos pelos sujeitos, visando descrever aqueles de maior freqüência, verificando se há diferença entre a ocorrência dos mesmos. Pretendeu-se caracterizar um perfil ortográfico indicativo das dificuldades gerais mais comumente encontradas nesta população. Métodos: foi examinada a escrita de 69 sujeitos avaliados pelo Laboratório de Distúrbios de Aprendizagem do Departamento de Neurologia da UNICAMP e diagnosticados como apresentando algum tipo de problema de aprendizagem. As idades variaram entre oito anos e dois meses e treze anos e quatro meses, com uma média de dez anos e seis meses. Foram incluídos somente sujeitos em nível alfabético de escrita, sem qualquer tipo de rebaixamento intelectual. Os erros encontrados foram classificados em onze categorias e quantificados para fins de análise estatís-tica. Resultados: dez grupos foram diagnosticados, sendo o Transtorno do Déficit de Atenção o mais numeroso, seguido por Dificuldades Escolares e Transtornos Associados. A maior parte dos sujeitos cursava a terceira série do ensino fundamental. O tipo de erro mais recorrente foi "Representações Múltiplas", seguido de "Omissões" e "Apoio na Oralidade". Observou-se correlação significativa principalmente entre "Omissões" e "Outras Alterações". Conclusão: a maior dificuldade encontrada está centrada nas "Representações Múltiplas", revelando dificuldades principalmente no nível ortográfico. Os erros por omissão de letras decorrem de falhas no processo de análise fonológica e de correspondência fonema-grafema. A baixa ocorrência de erros por "Inversão" e por "Letras Parecidas", indica ausência de dificuldades de natureza visual-espacial. DEsCRITOREs InTRODuçãOO desenvolvimento de habilidades básicas para ler e escrever, graças ao seu impacto na educação recebe uma atenção especial, principalmente nas séries iniciais do ensino fundamental. Entretanto, tal aprendizagem pode ser um grande desafio para muitos e dificuldades variáveis podem surgir durante este processo. Neste sentido, um dos aspectos que chama a atenção, diz respeito à ortografia, isto é, ao domínio da escrita convencional das palavras. Pode ser difícil, para muitas crianças, compreender como as palavras devem ser apropriadamente grafadas, o que pode ser observado nas alterações ortográfi-cas presentes em suas produções escritas.Tais fatos têm merecido a atenção de muitos pesquisadores gerando estudos comparativos sobre a complexidade ortográfica de diferentes lín-guas, o que pode torná-las mais ou menos transparentes e assim influenciar sua aprendizagem, facilitando-a ou dificultando-a [1][2][3][4] . Têm sido apontadas escritas com ortografias profundas e escritas com ortografias mais superficiais. O aspecto fundamental das diferenças reside na complexidade silábica e ortográfica. Na leitura, as estruturas silábicas afetariam principalmente a decodificação enquanto que
(2) RESUMO Objetivos: descrever achados ortográfi cos em problemas de aprendizagem, verifi car se os erros produzidos são aqueles encontrados na aprendizagem normal e analisar se predominam problemas de natureza ortográfi ca ou fonológica. Métodos: examinou-se a escrita de 64 sujeitos avaliados pelo Laboratório de Distúrbios de Aprendizagem do Departamento de Neurologia da UNICAMP, diagnosticados com algum problema de aprendizagem: Transtorno do Défi cit de Atenção/Hiperatividade (28); Difi culdades de Aprendizagem (13); Distúrbio de Aprendizagem (7); Dislexia (3); Distúrbios Associados (5) e Diagnóstico inconclusivo (9). As idades variaram entre 8;2 e 13;4 anos, média 10;6 anos. Foram incluídos sujeitos alfabetizados, sem rebaixamento intelectual. Os erros foram classifi cados em 11 categorias e quantifi cados para análise estatística. Resultados: os erros correspondem àque-les observados em crianças sem queixa de aprendizagem. Os erros por Representações Múltiplas, Omissão de Letras e Oralidade, são respectivamente, os três tipos mais frequentes nos casos de Transtorno do Défi cit de Atenção e Hiperatividade, Difi culdades Escolares, Distúrbios Associados e Diagnóstico Desconhecido. No Distúrbio de Aprendizagem a sequência é de Representações Múltiplas, Omissão, Outras Alterações e Surdas-sonoras. Na dislexia observa-se a sequência de Representações Múltiplas, Oralidade, Omissão e Outras Alterações. Existe uma tendência geral de predomínio das alterações ortográfi cas, embora sem diferença signifi cante em relação aos erros de natureza fonológica. Conclusão: os erros de natureza ortográfi ca são os mais frequentes em relação aos de natureza fonológica. Com tendência contrária, os erros visuo-espaciais têm baixa ocorrência em geral, o que mostra que a difi culdade de todos os grupos é fundamentalmente de origem linguís-tica e não perceptual. DESCRITORES: Transtornos de Aprendizagem; Escrita Manual; Educação(1) Fonoaudiólogo; Professor do CEFAC -Pós-Graduação em Saúde e Educação; Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. (2) Psicóloga; Professora da Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Campinas, SP; Doutora em Neurociências pela Universidade Estadual de Campinas.Confl ito de Interesses: Inexistente chama a atenção, diz respeito à ortografi a, isto é, ao domínio da escrita convencional das palavras. Pode ser difícil, para muitas crianças, compreender como as palavras devem ser apropriadamente grafadas, o que pode ser observado nas alterações ortográfi cas presentes em suas produções escritas.Tais fatos têm merecido a atenção de muitos pesquisadores, gerando estudos comparativos sobre a complexidade ortográfi ca de diferentes lín-guas, o que pode torná-las mais ou menos transparentes e assim infl uenciar sua aprendizagem, facilitando-a ou difi cultando-a [1][2][3][4] . Têm sido apontadas escritas com ortografi as profundas e escritas com ortografi as mais superfi ciais. O aspecto fundamental das diferenças reside na complexidade silábica e ortográfi ca. Na leitura, as estruturas silábicas ...
RESUMOObjetivo: obter valores de referência para protocolo de observação comportamental (PROC) sobre o desenvolvimento de habilidades comunicativas e de esquemas simbólicos em crianças com desenvolvimento típico de linguagem. Método: foram avaliadas 44 crianças entre 24 e 47 meses de ambos os gêneros, selecionadas em escolas de educação infantil, por meio de triagem do desenvolvimento global Denver II e questionário com os pais. Todas as crianças foram filmadas durante 30 minutos em interação com um adulto em atividade envolvendo brinquedos. As gravações foram analisadas por meio do PROC. A análise estatística descreveu valores de média, mediana, valores mínimos e máximos. Foi utilizado o teste T de Student para comparação das idades. Resultados: nas habilidades comunicativas, as crianças do estudo mostraram evolução com a idade (média para três e dois anos, respectivamente: 58,12 e 51,44), apesar de não ter sido encontrada diferença estatisticamente significante para as faixas etárias comparadas (p=0,486). Quanto ao item compreensão verbal, as crianças de três anos obtiveram melhor desempenho que as de dois (respectivas médias: 59,41 e 50,70), havendo diferença estatisticamente significante (p=0,0000020). Em relação ao item aspectos do desenvolvimento cognitivo, as crianças de três anos apresentaram melhor desempenho em comparação com as de dois (respectivas médias: 44,53 e 31,96), havendo diferença estatisticamente significante entre as pontuações obtidas (p=0,00364), mostrando que as crianças evoluem na hierarquia do simbolismo. Conclusão: a obtenção de valores de referência para o PROC veio combinar análise qualitativa e quantitativa, contribuindo, além do diagnóstico, para o acompanhamento objetivo de processos terapêuticos.
OBJETIVO: verificar a efetividade de um procedimento de capacitação para professores de alunos com necessidades especiais do município de Suzano, fazendo uso dos princípios dos métodos Hanen e Veja-Ouça-Espere (V.O.E), que seguem uma linha de intervenção interacionista. MÉTODOS: o método Hanen foi criado em 1977 por Ayala Manolson, Fonoaudióloga no Canadá. Ele é dirigido a pais cujos filhos sejam portadores de um Retardo de Linguagem de qualquer etiologia. O método V. O. E. (Veja, Ouça e Espere) é derivado do Programa Hanen e foi adaptado para a língua portuguesa por Rigoletto e Monteiro. Esse método propõe preparar as famílias para que possam estimular seus filhos por meio de interações sociais de maior eficácia. Neste trabalho usamos os princípios desses métodos adaptando-os ao contexto escolar. Quatro professores participaram dessa capacitação, a qual constou de três filmagens em sala de aula e dez sessões de orientações na Hora de Trabalho Pedagógico Compartilhado, sendo a primeira filmagem realizada antes da primeira sessão de orientação, a segunda realizada durante o treinamento e a última quando se encerrou a capacitação. A fonoaudióloga preencheu um protocolo específico de avaliação das orientações dadas após cada filmagem. RESULTADOS: o número de comportamentos comunicativos dos professores aumentou significativamente após a capacitação, provavelmente devido às orientações dadas e às reflexões sobre as filmagens realizadas em sala de aula. CONCLUSÕES: a linha de intervenção proposta pelos métodos fez com que os professores mudassem sua maneira de trabalho em sala de aula, no sentido de perceberem o valor de atividades lúdicas e a efetiva estimulação de fala e linguagem que as mesmas proporcionam.
A Revista CEFAC, por vários anos ostentou, em seu título, a denominação "Atualização Cientí ca em Fonoaudiologia". Por sua vez, nesse período da história da Revista, o fazer fonoaudiológico, quer do ponto de vista clínico, quer do ponto de vista da pesquisa, esteve centrado, principalmente, na área da saúde, predominando os trabalhos relativos ao enfoque mais biológico da atuação do fonoaudiólogo: audiologia, voz, fala, motricidade orofacial e linguagem oral.Porém, não é de hoje que, um grupo signi cativo de fonoaudiólogos, dentre os quais tenho a honra de me encontrar, tem atuado de modo a retomar e, principalmente, expandir, as possibilidades de atuação pro ssional e cientí ca. Infelizmente, como categoria ou classe de pro ssionais, nos afastamos do universo da educação e, automaticamente, do campo desa ador, dinâmico e complexo da aprendizagem, no qual a linguagem oral e escrita têm um papel fundamental.A mudança da denominação de nossa publicação para Revista CEFAC -Atualização Cientí ca em Fonoaudiologia e Educação, ou seja, a abertura explícita para pesquisas na área da Educação-Aprendizagem resultou de nosso esforço contínuo no sentido de buscarmos aprofundamento e integração maior com um campo importantíssimo do desenvolvimento humano e o relacionamento mais ativo com uma série de outros pro ssionais e pesquisadores, como pedagogos, psicólogos, psicopedagogos, neurologistas e linguistas. Nosso crescimento depende da intensi cação desse intercambio cientí co-pro ssional. Lidamos com muitas áreas de conhecimento, simultaneamente.Plantamos e, agora, estamos em fase de colheita. A Revista CEFAC está se tornando uma oportunidade muito grande para tal integração, reforçando nossa meta de torná-la uma referência também no campo da Educação-Aprendizagem.Nessa direção, mais um passo foi dado. Nossa conquista agora vem em nível institucional, com a aprovação pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), em março de 2010, da especialidade em Fonoaudiologia Escolar-Educacional. Tal reconhecimento, nalmente, consolida o diálogo bastante promissor que Fonoaudiologia, Educação e Aprendizagem têm entre si.Queremos contribuir para avanços na Educação a partir de uma visão desenvolvimentista. Mais especi camente, a ação do fonoaudiólogo deixa de centrar-se predominantemente em aspectos patológicos ou clínicos, para adquirir uma dimensão educacional e pedagógica. O conhecimento e a pesquisa fonoaudiológica, em conjunção com outras áreas do conhecimento, pode igualmente bene ciar aqueles que, em oposição ao "patológico", são consideramos como "normais". Parte-se do princípio de que todos têm muito a aprender e esta é a razão pela qual freqüentam a escola. De modo mais especí co, pode-se pensar em buscar meios para fazer com que conhecimentos sobre comunicação oral e escrita, voz, fala e audição, possam vir a fazer parte de programas educacionais e da formação do professor.Muitas propostas de ensino não têm dado conta de preparar de forma adequada muitos daqueles alunos que têm condições favoráveis para aprender. Não é dif...
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