Este artigo tem o objetivo de contribuir para os estudos e pesquisas sobre homens e masculinidades, apresentando um marco conceitual de gênero, a partir de uma matriz que dialoga com produções feministas e se organiza em quatro eixos: 1) o sistema sexo/gênero; 2) a dimensão relacional; 3) as marcações de poder; e 4) a ruptura da tradução do modelo binário de gênero nas esferas da política, das instituições e das organizações sociais. Para tanto, dialogamos com produções contemporâneas que adotam "gênero" como categoria analítica e se baseiam em referenciais teóricos distintos, mas têm em comum (e se autodefinem a partir de) uma perspectiva feminista crítica. A partir dessa matriz, traz-se uma análise dos estudos sobre os homens e masculinidades no campo da saúde, sexualidade e reprodução, destacando a necessidade de abrir espaço para novas construções teóricas que resgatem o caráter plural, polissêmico e crítico das leituras feministas.
Resumo Este artigo opinião apresenta reflexões sobre masculinidades e construções de gênero - a partir do fenômeno global da pandemia do novo coronavírus -, produzidas por pesquisadores/as que integram a equipe nacional de uma pesquisa sobre política de atenção integral aos homens na saúde, no Brasil. A partir de leituras baseadas em gênero, o artigo argumenta que é preciso atentarmos que a socialização masculina cisheteronormativa se orienta a partir de três eixos: 1) a abjeção às práticas de cuidado de si e dos outros; 2) a rejeição às práticas preventivas em saúde, dada uma distorcida matriz de percepção de risco (e certo sentimento de “invulnerabilidade”); 3) a dinâmica doméstica marcada por posições de comando, ordenamento e honra. Essas dimensões da vida cotidiana foram profundamente provocadas nesta primeira fase da epidemia, em que o confinamento se tornou a alterativa mais recomendável. Esses eixos se configuram como repertórios recorrentes (embora não recentes) que reificam o modelo central de uma ordem masculina que precisa se tornar objeto de reflexão, na medida em que colocam em risco a saúde de homens e mulheres e mais amplamente dos pactos civilizatórios e da ordem social.
"Mas se o homem cuidar da saúde fica meio que paradoxal ao trabalho": relação entre masculinidades e cuidado à saúde para homens jovens em formação profissional "If the man takes care of his own health, it will seem contradictory to the work": the relation between masculinities and health care for young men in vocational training Correspondência Daniela Tavares Gontijo Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Av. Professor Moraes Rego, 1.235, Cidade Universitária. Recife, PE, Brasil. CEP 50670-901.
This study is part of the overall research effort on the role of the media in making sense of events in late modernity. The main objective is to investigate the context in which news about AIDS is produced at the interface between norms for producing news (as expressed by professional journalists) and an analysis of news stories published in four mainstream Brazilian newspapers. The results are organized in three broad topics: (a) the construction of news about AIDS; (b) the visibility of AIDS news during the study period; and (c) factors that facilitate or hinder the production of AIDS news. Important factors include exclusiveness of the story and/or novelty of the content, the notion of hot (or cold) news, and the specific contents. The authors also emphasize the inevitable chance elements associated with organizational characteristics and daily journalism. They conclude by pointing to recent changes in both the shape of the AIDS epidemic and the communications dynamics resulting from recent developments in the electronic media.
O artigo é construído a partir de um olhar do campo de análise de políticas sociais, no âmbito do SUS; enfoca as políticas de saúde das mulheres e a política de controle da Aids para interpretar as vulnerabilidades das mulheres no contexto do HIV e Aids. Identifica os limites, estratégias de prevenção e assistência adotadas pelo SUS para combater o HIV/Aids, frente à adoção do ideário de Estado mínimo. A pesquisa documental realizada no Brasil é uma análise crítica e histórica, que abrange o período de 1992 a 2008. O estudo interpreta as escolhas estratégicas do sujeito feminista no âmbito da saúde das mulheres no Brasil frente à epidemia do HIV/Aids. Toma o princípio de integralidade contido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e nas políticas de saúde da mulher e na política de controle da Aids para interpretar as escolhas estratégicas do movimento feminista na área da saúde. A perspectiva que orienta este artigo é a de que os significados da ação feminista frente à epidemia da Aids estão para além do campo da saúde. Expõem-se os avanços e limites dos feminismos para coibir o avanço da epidemia da Aids plasmado por dentro de uma lógica de Estado capitalista, de cunho neoliberal, com normas patriarcais.
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