Neste artigo, apresentamos as estratégias desenvolvidas para o ordenamento do turismo com botos (Inia geoffrensis) no Parque Nacional de Anavilhanas, Amazonas, Brasil. Utilizando-se de ferramentas de diagnóstico, de planejamento e de gestão participativa junto aos atores relacionados ao turismo local, foram elaboradas e colocadas em prática normas e orientações quanto à estrutura mínima e à localização do empreendimento onde as interações com os botos acontecem, bem como ao modo como as interações dos visitantes com os animais devem ser desenvolvidas. Estas diretrizes reduzem significativamente os riscos de acidentes e aumentam os benefícios que o turismo com os botos no Parque Nacional de Anavilhanas oferece, podendo subsidiar a elaboração de futuros projetos e de políticas públicas voltadas para a gestão do uso público em outras áreas protegidas.
O ecoturismo em unidades de conservação tem se mostrado uma alternativa interessante para manejo do meio ambiente, principalmente aliado à educação ambiental, através da sensibilização dos visitantes e interpretação ambiental dos atrativos. O Parque Nacional do Catimbau, criado em 2002, encontra-se localizado no bioma da caatinga, entre o agreste e o sertão pernambucano, abrangendo os municípios de Buíque, Ibimirim e Tupanatinga. O parque apresenta um grande potencial para o desenvolvimento do ecoturismo através de suas trilhas e sítios arqueológicos, porém ainda não possui um plano de manejo, tampouco um programa de uso público. O Catimbau já recebe um bom número de visitações, que são realizadas com o acompanhamento de condutores que atuam através da Associação de Guias do Parque. Objetivando contribuir para o enriquecimento da experiência do visitante e para sua sensibilização quanto à importância do bioma da caatinga, este trabalho traz uma análise das potencialidades do Catimbau para a interpretação ambiental em trilhas e sugestões de como aproveitar adequadamente as oportunidades diagnosticadas. A pesquisa foi desenvolvida a partir do levantamento bibliográfico e documental de temas correlacionados e da área de estudo, o Parque, possibilitando o entendimento do seu funcionamento e sua relação com a atividade ecoturística. Foram realizadas visitas de campo, no período de 09 a 12 de fevereiro de 2006, onde foi possível levantar aspectos de interesse para a pesquisa e realizar registros fotográficos. Verificamos que os trabalhos desenvolvidos pelos condutores das trilhas do parque se limitam à simples exposição do espaço para os visitantes, sendo pouco aproveitada a riqueza vegetacional da caatinga, os sítios arqueológicos, dentre outros aspectos interessantes, para a sensibilização do turista. Com isso, propõe-se que seja estruturado um programa de interpretação e educação ambiental envolvendo gestores do parque e condutores locais a partir da sensibilização e capacitação dos mesmos, bem como a estruturação física das trilhas, através da implementação de placas indicativas e interpretativas. Desta forma, espera-se que além dos aspectos recreativos e de lazer fornecidos pela visitação, a interpretação ambiental seja verdadeiramente o objetivo de existência das atividades desenvolvidas no Parque, através do comprometimento dos condutores em relação à apresentação do ambiente de caatinga, demonstração de suas fragilidades e potenciais, atitudes adequadas a serem adotadas durante a visitação, como também promoção da satisfação do visitante.
A interpretação ambiental tem sido um grande aliada do ecoturismo em Unidades de Conservação, traduzindo para a linguagem dos visitantes as informações a respeito dos recursos recreacionais. Para tal, ela necessita ser: temática, organizada, significativa, diferenciada e provocante. Nesse sentido, buscou-se valorizar os recursos ambientais da Trilha do Chapadão, Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Estado de Pernambuco, de forma a levar os visitantes a interagirem mais intimamente com a natureza, dando-lhe importância em relação à sua conservação. Assim, o trabalho teve como objetivo analisar o potencial interpretativo da trilha, afim de enriquecer as atividades desenvolvidas pelos condutores de turismo local. Para alcançar o objetivo foi realizada revisão bibliográfica, buscando relações com estudos de casos. A partir disso, realizou-se visitas in loco, quando foram levantados os pontos de potencial interpretativo. O Parque Nacional do Catimbau fica localizado na zona de transição entre o agreste e sertão pernambucano, a 285 km do Recife, capital do Estado. O Parque possui 09 trilhas oficiais, sendo uma de longo percurso. Dentre estas trilhas, foi selecionada a do Chapadão, uma vez que possui uma diversidade de recursos que permitem oferecer riqueza de informações aos visitantes. A trilha possui extensão de 3.244 metros e não possui nenhum tipo de sinalização. Notou-se que, em relação à vegetação, existem diferentes composições, sendo que num primeiro trecho é possível encontrar muitas espécies da caatinga, como facheiro, caxacubri, coroa-de-frade, quipá etc. Num outro trecho, a vegetação é mais semelhante a um Cerradão, com vegetação um pouco mais densa, mas ainda bastante seca. Além da exuberância da vegetação, a trilha é marcada por formações areníticas de grande beleza e por um painel de pinturas rupestres de tradição nordeste, chamado de “Homens sem Cabeça”. Os vários mirantes da trilha permitem visão privilegiada do Chapadão que dá nome à trilha, sendo que de um deles avista-se um dos maiores atrativos da trilha, a Boca do Leão, formação que se assemelha ao animal de boca aberta. Esse mirante permite ainda a contemplação da paisagem composta por parte do cânion e abaixo o Brejo de São José. Considerando todos esses diferentes atrativos, é possível afirmar que a trilha possui grande potencial interpretativo, que pode ser desenvolvido tanto através dos condutores locais como através de recursos como painéis, placas e folheteria. Desta forma, a experiência do visitante poderá ser maximizada ao mesmo tempo em que se justifica a importância da conservação da área.
O ecoturismo tem sido a modalidade do turismo que mais tem crescido, buscando nos espaços naturais levar a sociedade a ter um contato mais íntimo com a natureza e contribuindo para benefícios socioeconômicos onde acontece. Visualizando isto, o presente estudo teve como objetivo analisar a contribuição do Ecoturismo e da Educação Ambiental para a conservação de áreas naturais, através das Unidades de Conservação. Para atender ao objetivo, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre Ecoturismo, Educação Ambiental, Unidades de Conservação e temas correlatos, além de estudos de caso onde o ecoturismo trouxe benefícios para UCs e comunidades vizinhas, a fim de embasar uma discussão sobre o assunto. Percebeu-se a necessidade de aprofundamento de estudos nessa área, na tentativa de maximizar a contribuição da atividade ecoturística na gestão de UCs, conciliando o uso dos recursos naturais e culturais com a conservação dos mesmos, apresentando-se como um instrumento de educação ambiental para todos os atores envolvidos. De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação -SNUC, todas as UCs aceitam visitação, entretanto, cada uma limita de que forma esta visitação deve ser feita. O Parque Nacional é uma das categorias que permitem visitação para fins de recreação e turismo ecológico, sendo a visitação um dos objetivos primários de sua existência. Desta forma, é possível justificar e, principalmente, incentivar o desenvolvimento ecoturístico em áreas protegidas, em especial na categoria Parque. A importância do ecoturismo em áreas naturais protegidas é tal que está, cada vez mais, sendo considerado uma estratégia de gestão para tais áreas. Para isso, o ecoturismo deve estar a todo o momento relacionado aos seus objetivos de conservação da área. Assim, as oportunidades recreativas precisam estar bastante definidas, de forma que os gestores conheçam os recursos recreacionais oferecidos e desenvolvam ferramentas para o manejo das visitações. Portanto, é fundamental que haja um planejamento integrado do ecoturismo em Unidades de Conservação, a fim de oferecer à sociedade espaços de interação com a natureza, ao mesmo tempo que à sensibiliza para a importância da conservação dos recursos naturais. Conclui-se com isso, que o ecoturismo em Unidades de Conservação pode se constituir numa atividade sustentável, trazendo benefícios para a sociedade, para a gestão da área e para as comunidades vizinhas.Palavras-chave: Educação Ambiental, Uso Público; Turismo Sustentável.
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