Neste artigo discute-se a preservação da memória em antigos leprosários, instituições criadas, nas décadas de 1930 e 1940 para isolar pessoas acometidas pelo Mal de Hansen. Com a política de profilaxia da lepra, o exercício do poder disciplinar, perpassado pela perseguição e pelo isolamento social, gerou um tipo de experiência traumática compartilhada. O sofrimento humano, de pessoas que tiveram seus direitos violados por políticas de estado, tem sido foco de atenção no campo do Patrimônio Cultural, pois as memórias incômodas, de eventos que marcaram a humanidade, dos quais Auschwitz se tornou um emblema, não podem cair no esquecimento. Chama-se atenção, contudo, para a tendência à estetização dos usos políticos da memória. É necessário observar as formas narrativas pelas quais as memórias são contadas, em lugares que se configuram como lugares de memória.
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Pelotas é conhecida como a capital nacional do doce. Nesse contexto, a indústria de conservas de pêssego é uma atividade secular nessa localidade, a qual se acha inserida dentro de uma região que concentra aproximadamente 62% da produção nacional. Trata-se de gênero industrial cujas raízes são eminentemente rurais. Tais fábricas surgiram pelo empreendedorismo de colonos oriundos, sobretudo, da França e Alemanha. Todavia, entre os anos 1950 e 1970 são implantadas diversas medidas governamentais que simultaneamente inviabilizam as pequenas fábricas rurais e favorecem o capital agroindustrial via concessão de grandes incentivos fiscais e creditícios. Não obstante, no interior das comunidades rurais as marcas dos tempos áureos das fábricas e dos moinhos persistem, apesar da ação do tempo. Para muitos, nada mais seriam do que registros imagéticos de tempos pretéritos, enquanto para outros seriam apenas a constatação de um ciclo que tende a sucumbir no curso dos processos econômicos. Mais recentemente surgiram museus etnográficos da cultura francesa, alemã e italiana que evocam o legado dos imigrantes e de seus descendentes, os quais surgiram em virtude de projetos de extensão conduzidos por docentes da UFPel. Este estudo se baseia em entrevistas em profundidade realizadas com diversos atores do território.Palavras-chaves: Pêssego; desenvolvimento rural; turismo rural; ruralidade.The bitter taste of forgetfulness: rural origins of the peach industry in Pelotas, BrazilABSTRACT Pelotas is known as the national capital of candy. In this context, the peach canning industry is a secular activity in this locality, which is located within a region that concentrates approximately 62% of national production. It is an industrial genre whose roots are eminently rural. Such factories arose due to the entrepreneurship of settlers, mainly from France and Germany. However, between 1950 and 1970 several governmental measures are implemented that simultaneously make small rural factories unfeasible and favor agro-industrial capital through the granting of large fiscal and credit incentives. Nevertheless, within rural communities, the golden age marks of factories and mills persist despite the action of time. For many, they would be nothing more than imagetic records of past times, while for others they would be merely the realization of a cycle that tends to succumb in the course of economic processes. More recently, ethnographic museums of French, German and Italian culture have emerged that evoke the legacy of immigrants and their descendants, which emerged as a result of extension projects led by UFPel teachers. This study is based on in-depth interviews with various local actors.Keywords: Peach; rural development; rural tourism; rurality.
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