RESUMO-A variação e mudança da forma composta do pretérito perfeito do indicativo nas línguas românicas é tema recorrente em estudos linguísticos sob perspectivas teórico-metodológicas diversas. Como ilustração, a partir de uma abordagem pancrônica, à luz da perspectiva funcionalista da gramaticalização, pesquisas sugerem a multifuncionalidade do pretérito perfeito composto espanhol (PPC) em amostras sincrônicas, argumentando que os deslizamentos semânticos decorrem da trajetória de mudança dessa forma verbal, observada na diacronia. O presente trabalho se dedica à análise do PPC espanhol, mais precisamente na forma como esse objeto é abordado por gramáticas e livros didáticos de espanhol como língua estrangeira (E/LE), voltados para estudantes brasileiros. Com base em estudos assentados na perspectiva funcional da mudança, objetiva-se trazer esses debates teóricos para o âmbito do ensino de E/LE, restringindo-se ao fenômeno linguístico analisado-o polissêmico pretérito perfeito composto. A análise dos materiais selecionados aponta certa simplifi cação didática ao opor a forma "he estudiado"-pretérito perfeito composto-de "estudié"-pretérito perfeito simples, ilustrando, ademais, um olhar monossêmico sobre o complexo PPC. O diálogo entre gramaticalização e ensino é pertinente no sentido de dimensionar a contribuição das pesquisas sobre mudança e variação para o contexto da sala de aula; neste caso, especifi camente, para o ensino de espanhol como língua estrangeira.
ResumoFundamentado na Teoria da Variação e Mudança Linguística, este artigo apresenta uma discussão sobre a possibilidade de estender a noção de regra variável para além do âmbito da fonologia. O fenômeno investigado é as formas simples e composta do pretérito perfeito da língua espanhola. Analisando o uso dessas formas verbais em dados da língua escrita -notícias de jornais virtuais publicadas em sete países hispânicos -, o objetivo é mostrar que o estudo da variação é também possível no plano morfossintático. Os resultados obtidos corroboram essa afirmação, evidenciando tanto o contexto em que a variação pretérito perfeito simples e pretérito perfeito composto é absolutamente clara, quanto o contexto em que a regra parece ser praticamente categórica. Palavras-chave: Sociolinguística. Regra variável. Morfossintaxe. Pretéritos perfeito simples e perfeito composto castelhanos. AbstractBased on the Theory of Language Variation and Change, this paperwork presents a discussion about the possibility to extend the notion of variable rule beyond the scope of phonology. The phenomenon investigated is the simple and composed forms of past tense in the Spanish language. Virtual newspapers published in seven Hispanic countries have been analyzed. The objective of analyzing the use of these verbal forms data of the written language is to show that the study of variation is also possible in the morphosyntactic level. The results obtained corroborate this affirmation evidencing both the context where simple and composed forms variation is absolutely clear, and the context where the rule practically seems to be categorical.A discussão sobre a possibilidade de estender a noção da regra variável para além dos estudos fonológicos é recorrente na área da Sociolinguística (WEINER; LABOV, 1983; LAVANDERA, 1978; LABOV, 1978, entre outros). A favor dos argumentos que defendem tal possibilidade, analiso, neste trabalho, os pretéritos perfeito simples (dejó) e perfeito composto (ha dejado) da língua castelhana, apoiando-me no quadro da Teoria da Variação e Mudança Linguística.
Neste texto, a leitora e o leitor terão acesso a uma espécie de síntese do percurso acadêmico de Votre, uma linha temporal imaginária que emerge de suas respostas gentilmente a nós concedidas nesta entrevista. O ponto inicial, como não poderia deixar de ser, marca seus primeiros passos no campo teórico do Funcionalismo linguístico da costa oeste norteamericana, em diálogo com grandes nomes como Sandra Thompson, Talmy Givón e Gillian Sankoff. Nesta conversa, também entram em cena temáticas como: (i) o debate repaginado nomeado pelo entrevistado como novo Funcionalismo Linguístico; (ii) uma retrospectiva ao surgimento do Grupo de Estudos Discurso & Gramática, seus objetivos, parcerias e alguns resultados alcançados; (iii) uma exposição sobre as interfaces teóricas propostas nos últimos anos que envolvem o funcionalismo linguístico de vertente norte-americana, e sobre os principais desafios teóricos e descritivos para os estudos funcionalistas do Português do Brasil; e (iv) as justificativas e motivações que o levam a distanciar-se dos estudos funcionalistas, voltando-se, em suas palavras, ao “alargamento da atenção para outros aspectos sociais que interferem na formação da gramática”.
Ao assumir a inexistência de uma sinonímia pura entre duas línguas naturais, nos indagamos sobre a abrangência desse postulado a unidades linguísticas que agregam informação gramatical, como é o caso de duas formas pronominais de segunda pessoa. A partir dessa consideração inicial, o presente artigo tem como objetivo refletir sobre os seguintes questionamentos: (i) quais significados podem ser verificados em dicionários monolíngues a respeito dos pronomes de tratamento singular do espanhol; (ii) que relações é possível estabelecer entre o significado léxico e a dêixis social vinculada pelas formas pronominais de segunda pessoa; e (iii) que impactos traz o fenômeno ao ofício da tradução. O debate substancialmente teórico aqui proposto se fundamenta tanto no campo da Linguística como no dos Estudos da Tradução recobrando teorias sobre dêixis social, cortesia verbal e postulados da Tradutologia.
ResumoNeste artigo, propomos uma discussão sobre a interpretação que os indivíduos fazem dos numerais. Conforme a teoria neo-griceana, 'um número x' significa 'pelo menos x', e a interpretação 'exatamente x' é concebida pragmaticamente. Em contrapartida, há estudos que contestam essa abordagem, defendendo que 'um número x' significa 'exatamente x'. Determinados contextos, entretanto, podem gerar a interpretação de 'pelo menos x'. Deste modo, a fim de avaliar a adequação dessas propostas, aplicamos um teste a crianças e adultos, averiguando através dos resultados: i) se o numeral pode gerar diferentes interpretações conforme o contexto em que ele está inserido e ii) se crianças e adultos interpretam da mesma forma os numerais. Em seguida, relacionamos os resultados com as teorias apresentadas. Palavras-chave: Números. Interpretação semântica. Inferência pragmática. AbstractIn this paper, we discuss about the interpretation that individuals ascribe to numerals. For the neo-Gricean theory, a 'number x' means 'at least x', and interpretation 'exactly x' is conceived pragmatically. On the other hand, there are studies that contest this aproach, defending that a 'number x' means 'exactly x', and that in certain contexts the interpretation of 'at least X' can be generated. In order to verify which theory is more adequadte, we applied a test with children and adult, inquiring through the results: i) if the numeral can generate different interpretations in agreement the context where it is inserted and ii) if children and adults interpret in the same way the numerals. After that, we relate the results with the presented theories. Keywords: Numbers. Semantics interpretation. Pragmatic inference. INTRODUÇÃOA discussão sobre o significado dos numerais é tema presente tanto na área da Semântica quanto na área da Pragmática. É natural, portanto, que esses diferentes olhares impliquem teorias conflitantes, motivando-nos a verificar, a partir da aplicação de testes, qual pode ser mais pertinente. Desse modo, esta investigação justifica-se pela
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