O objetivo deste trabalho é demonstrar, a partir de uma análise da noção de “comportamento de ouvinte” na obra de Skinner, que afirmar que o comportamento do ouvinte não é verbal é incoerente com a própria definição de comportamento verbal do autor. Aos resultados dessa análise conceitual, seguem-se considerações sobre a complementação do tratamento do ouvinte feita por Skinner em 1989. Em seguida, são apresentadas outras propostas para o estudo do comportamento verbal, nas quais se avalia que o comportamento do ouvinte recebeu tratamento aparentemente mais coerente com sua relevância para o episódio verbal. A presente discussão visou a fomentar uma apropriação mais crítica da terminologia proposta por Skinner para o tratamento do comportamento verbal. Tal esforço se alicerça na percepção de que quaisquer incoerências no tratamento conceitual de um fenômeno fatalmente levarão a incoerências em todos os níveis do empreendimento científico relacionado com este fenômeno.
O comportamento alimentar das crianças tem sido foco de preocupação científica e do estabelecimento de novas políticas públicas. Embora a terapia analítico-comportamental infantil seja profícua na produção de literatura, publicações envolvendo estratégias interven- tivas do comportamento alimentar infantil são escassas. O presente trabalho objetiva opera- cionalizar o que a literatura nutricional e médica tem denominado como comportamentos alimentar adequado e inadequado, elencando seus contextos antecedentes e consequentes mais típicos, assim como levantar hipóteses acerca de possíveis estratégias terapêuticas. Para tanto, as autoras se valeram de um programa nacional de televisão que se propõe a tratar dificuldades alimentares infantis como material de análise, interpretação e exemplificação de como o robusto corpo conceitual analítico-comportamental pode servir como base para futuras intervenções nas diversas áreas da saúde infantil como a psicologia, nutrição, endo- crinologia e pediatria. Foram elencados e discutidos recortes do programa, a partir dos quais, estratégias de intervenção pautadas em princípios básicos do comportamento foram discu- tidas. Sugere-se que estudos futuros se debrucem sobre a operacionalização do repertório do terapeuta encarregado de implementar as estratégias de intervenção do comportamento alimentar infantil.
Este estudo objetivou ensinar um responder adequado a formação de classes funcionais de estímulos olfativos a três cães domésticos utilizando três fases de treino de reversões repetidas e combinadas de discriminações simples combinadas: (1) com dois estímulos; (2) em pares com dois conjuntos de estímulos e (3) com quatro estímulos. Os sujeitos aprenderam as tarefas nas Fases 1 e 2. Um dos sujeitos apresentou learning set da tarefa na Fase 1, mas nenhum apresentou responder condizente com a formação de classes. Discute-se que a exigência de discriminar quatro estímulos na mesma tentativa tornou a tarefa complexa demais para os cães e sugere-se um novo estudo para tratar com essa dificuldade.
Estudos experimentais investigaram o quanto instruções podem modular a fissura por alimentos. O presente trabalho teve como objetivos averiguar se as instruções exercem controle sobre o consumo de alimento, sobre os relatos de fissura e se há correspondência entre os relatos de fissura e o consumo de alimento. Além disso, teve-se foco em apresentar um método alternativo ao vigente para o estudo de instruções e alimentação, no qual medidas diretas são empregadas para avaliar quanto essas variáveis interagem. Para tal, o experimento contou com três participantes mulheres, no desenho de linha de base múltipla entre participantes. Na linha de base, as participantes foram expostas a imagens dos alimentos de preferência, escalas de fissura e acessavam os alimentos disponíveis para o consumo. Nas sessões experimentais, foram expostas às mesmas imagens, porém eram orientadas a pensar nas consequências negativas de ingerirem os alimentos, considerando sua saúde, peso e aparência corporal; após preencheram as escalas de fissura e tiveram acesso aos alimentos. Foram encontrados indicativos de redução de fissura no decorrer das sessões para os participantes 2 e 3, considerando as análises das médias, o que corrobora a literatura. No entanto, é possível que essa redução se dê em função da repetição da medição da fissura no decorrer das sessões e não necessariamente em função da inserção da variável independente. Não é possível concluir que as instruções exercem controle sobre as variáveis fissura e consumo. Além disso, foram encontrados indicativos de que não há correspondência entre consumo e fissura.Palavras-chave: consumo alimentar, instruções, psicopatologia experimental, fissura.
ResumoO presente estudo procurou replicar sistematicamente um estudo prévio, buscando verificar a formação de classes funcionais com estímulos olfativos em dois cães domésticos. Foi realizado um treino de reversões repetidas de discriminações simples combinadas, com a apresentação de somente um par de estímulos por tentativa e com maior controle experimental no posicionamento dos estímulos olfativos. Verificou-se o responder adequado às reversões de função dos estímulos, mas não se obteve evidência da formação de classes funcionais. Discute-se que a resposta exigida dos sujeitos, os tipos de estímulos olfativos utilizados, a periodicidade do treino e o equipamento usado para apresentar os estímulos podem ter dificultado a tarefa.Palavras-chave: reversões; classes funcionais; cães. AbstractThe use of olfactory stimulation in repeated yoked reversals of simple discriminations with domestic dogs. The present study sought to replicate systematically a previous article, seeking to verify functional class formation with olfactory stimuli in two domestic dogs. We conducted repeated yoked reversals of simple discriminations training, with only one pair of stimuli per trial and with greater experimental control in olfactory stimuli positioning. Despite adequate responses to reversals of function, there was no evidence for functional class formation in this study. It is argued that the required response to the dogs, the type of olfactory stimuli used, the frequency of training and the equipment used to present the stimuli may have hampered the task.Keywords: reversals; functional classes; dogs. ResumenEl uso de la estimulación olfativa en la discriminación simple combinada en perros domésticos. Este estudio es una replicación sistemática de un estudio previo, objetivando verificar la formación de clases funcionales con estímulos olfativos en dos perros domésticos. Se realizó un entrenamiento de reversiones repetidas de discriminaciones simples combinadas, con la presentación de un solo par de estímulos por ensayo y un mayor control experimental en el posicionamiento de los estímulos olfativos. Se observó el responder adecuado a las reversiones de función de los estímulos, pero no hubo evidencia de la formación de clases funcionales. Se discuten los posibles efectos en la tarea de la respuesta exigida a los sujetos, de los tipos de estímulos olfativos utilizados, de la periodicidad del entrenamiento y de las características del aparato utilizado para presentar los estímulos.
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