The present text makes an analysis of the semantic content of the terms slave and mulatto within the Brazilian context, whilst presenting a discussion on the resignification of their meaning in Brazilian Portuguese translation from the perspective of Cultural Studies. Academics of Cultural Studies -Gayatri Spivak, Stuart Hall, and Boaventura Sousa Santos -argue that the postcolonial individual is that who stands between two cultures and is constantly developing cultural translation strategies among different people. Susan Bassnet and Rosemary Arrojo, researchers on the field of Translation Studies, classify translated texts within an intercultural perspective, in which the translator cannot be neutral or invisible. Salgueiro and Carrascosa debate the Afrodiasporic translation in the Brazilian context. The essay discusses the role of the translator as a text transcoder amidst the postcolonial perspective, as well as their mediation in linguistic and cultural translation.
Resumo: Este artigo busca apresentar uma contribuição aos debates de culturas de língua francesa através de um estudo de caso sobre literatura antilhana por um viés decolonial (Walsh, 2013). Serão apresentados como exemplos decoloniais os estudos sobre a tradição dos contos crioulos, registrados e traduzidos para o francês por Ina Césaire e Joëlle Laurent em três obras bilíngues publicadas pela Éditions Caribéennes (Contes de Mort et de Vie aux Antilles, 1976; Contes de Soleil et de Pluie aux Antilles, 1988; Contes de Nuits et de Jours aux Antilles, 1989), e seus reflexos na literatura das Antilhas e da Guiana Francesa. A proposta decolonial também será aplicada à obra Solibo Magnifique, de Patrick Chamoiseau (1991). Para tanto, utiliza-se o conceito de literaturas do desassossego de Gauvin (2016) a fim de opor-se aos conceitos de francofonia e de Littérature-monde – apresentados por Alves (2012) – para designar as literaturas de língua francesa nas Américas, buscando incluí-las nas produções latino-americanas. Percebe-se, assim, grande influência das tradições orais nas produções contemporâneas de escritores antilhanos, além da importância de levar este fato em conta em uma análise que se proponha decolonial dentro da universidade, como discorre Restrepo (2018).Palavras-chave: pensamento decolonial; literatura antilhana de língua francesa; literaturas do desassossego; Ina Césaire; Patrick Chamoiseau.Abstract: This article aims to contribute to the debates on French-speaking cultures through a case study on Antillean Literature according to Decolonial Criticism (WALSH, 2013). The studies about the tradition of creole tales, recorded and translated to French by Ina Césaire and Joëlle Laurant in three bilingual volumes published by Éditions Caribéennes (Contes de Mort et de Vie aux Antilles, 1976; Contes de Soleil et de Pluie aux Antilles, 1988; Contes de Nuits et de Jours aux Antilles, 1989) and its reflections on Antillean and French Guianese Literature will be presented here as decolonial examples. This decolonial approach will also be applied to the work of Solibo Magnifique by Patrick Chamoiseau (1991). In order to do so, the concept of Literatures of Disquiet has been used to oppose the concepts of Francophonie and Littérature-monde – as presented by Alves (2012) – to designate the literature in French language in America aiming to include them in Latin American productions. The influence of oral traditions in contemporary productions by Antillean writers is quite evident, as well how it is important to take this fact into account when proposing a Decolonial analysis inside the academy, as pointed out by Restrepo (2018).Keywords: decolonial thinking; Antillean literature in French; literatures of disquiet; Ina Césaire; Patrick Chamoiseau.
Este artigo propõe uma reflexão panorâmica das literaturas de autoria negra latino-americana publicadas nos séculos XIX, XX e XXI com base no conceito de amefricanidade idealizado pela antropóloga brasileira Lelia González na intenção de apresentar os diálogos afro-latino-americanos propostos pelas populações em diáspora forçada no processo colonial da América Latina de línguas francesa, espanhola e portuguesa. Começando com a pergunta elaborada pelo pesquisador Jerome Branche: quando, onde, por que e sob quais condições a escravidão e a opressão racial produziram uma consciência negra, serão apresentados, a partir da análise de romances e poemas, os conceitos de malungaje (Branche) e quilombismo (Nascimento) que, em conjunto com amefricanidade (González), confirmam redes de identificação afro-latino-americana, cujos diálogos têm vindo à tona com grande força nas universidades brasileiras devido ao ingresso e às reivindicações de alunas e alunos negras e negros, principalmente pelo sistema de cotas. Pretende-se, com esta reflexão, auxiliar o trabalho de professores universitários na formação de professores da educação básica brasileira que, através da obrigatoriedade das leis 10.639/03 e 11.645/11, devem trabalhar em sala de aula as culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas, contribuindo, assim, para a formação de cidadãos conscientes das desigualdades sociais que o projeto colonial impôs às populações não-europeias da América Latina.
A análise da obra Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, engloba questões como a repercussão das teorias pós-coloniais na América Latina e discute conceitos como nação e identidade, (re)contando histórias do negro no Brasil a partir de sua visão de mundo, onde se transforma de objeto enunciativo a sujeito da enunciação. Com o advento do pensamento pós-colonial, os estudos literários passam por diversas mudanças no que se refere à questão do (re)contar uma história ‘oficial’ que sempre se julgou ‘verdadeira’ através da imagem produzida pela tradição eurocêntrica: as vozes que foram silenciadas passam a ser ouvidas, e a História (com H maiúsculo), que sempre foi contada por aqueles que detinham o poder, é questionada e criticada a respeito de seu uso privativo em função de interesses de grupos. A perspectiva de uma nova história é responsável pelo restabelecimento da identidade das culturas esquecidas, bem como pela crítica, redefinição e consolidação da corrente principal da História.
A palavra horizonte em língua portuguesa pode ser compreendida, dentre tantos outros sentidos, como ponto de vista, domínio circunscrito de uma área, limiar de alguma coisa ou dimensão futura de algo. Logo, as acepções de horizonte para cada indivíduo ou coletivo serão múltiplas, o que possibilita o uso de horizontes no plural. Discursar sobre os horizontes da tradução é considerar a diversidade de campos, enfoques, abordagens e sujeitos envolvidos no ato da tradução enquanto produto e processo. Antoine Berman, em seu método de crítica de tradução Pour une critique des traductions : John Donne, talvez tenha sido o primeiro teórico dos Estudos de Tradução a falar sobre horizonte, em particular sobre o horizonte do tradutor. Segundo Berman (1995, p.79) "pode-se definir em primeira aproximação o horizonte como o conjunto dos parâmetros linguageiros, literários, culturais e históricos que 'determinam' o sentir, o agir e o pensar de um tradutor 1 ", o que significa reconhecer que um tradutor está inserido em um tempo/espaço, um contexto que não condiciona estritamente seu fazer, mas que de alguma forma o afeta. O estudioso ainda diz mais: A noção de horizonte tem uma dupla natureza. De uma parte, designando este-a-partir-de-que o agir do tradutor tem um sentido e pode se desdobrar, aponta o espaço aberto deste agir. Mas, de outra parte, designa o que é fechado, o que encarcera o tradutor em um círculo de possibilidades limitadas. (BERMAN, 1995, p. 80-81, itálicos do autor)
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