O presente artigo visa apresentar um estudo teórico sobre os documentos oficiais e normativos do Ministério da Saúde em relação aos Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Partimos do objetivo de conhecer o discurso presente nesses documentos e, nesse contexto, quais relações podemos tecer entre eles e o conceito de integralidade. Utilizamos como fonte a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde, bem como alguns autores da Psicanálise que traçam uma leitura sobre o autismo no panorama científico atual. Concluímos que os documentos lançados pelo Ministério da Saúde são dissonantes, pois a Linha de Cuidado para a Atenção às Pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo aponta filiações teóricas e uma lógica de rede distintas do apresentado nas Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo. Além disso, erguem problemáticas que colocam em questão a possibilidade do cuidado integral na Rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
(1919). Recourse also to considerations of J. C. Maleval (2011) on the theme of double and autism. We conclude that the notion of double presents itself as an important tool in clinical and education of autistic.
O artigo aborda o valor do trabalho de invenção como forma de estabilização na clínica do autismo, a partir de um projeto de extensão universitária voltada a crianças em grave sofrimento psíquico, que tem a psicanálise como direção de trabalho e de tratamento. Durante esta vivência, podemos presenciar - a partir do acompanhamento do movimento dessas crianças - sujeitos que, por meio de suas manifestações particulares, buscavam produzir algo que estabilizasse sua desorganização psíquica. Assim, entende-se que o trabalho subjetivo implicado no ato da invenção - enquanto o ato que um sujeito realiza uma construção singular de elementos de sua história a partir de materiais já existentes - pode redundar numa estabilização e mediação com o campo do Outro por parte do sujeito, algo que foi possível observar nessa experiência clínica.
As clínicas-escola de Psicologia vêm ocupando um lugar de centralidade nas regiões onde estão inseridas, pois acabam por dar suporte aos casos de "saúde mental" das redes de assistência social, educacional e, sobretudo, da saúde. Nesse sentido, nosso objetivo foi analisar os encaminhamentos da Atenção Primária à Saúde (APS) do município de Sobral-CE ao serviço-escola de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). O estudo foi qualitativo e documental, uma vez que 293 prontuários, oriundos da APS, foram a fonte de pesquisa. Os dados foram analisados por meio da Análise de Discurso Crítica e a reflexão tomou como referência saber quem eram os profissionais que encaminhavam, o que "diziam" ao encaminhar e quais as sugestões de tratamentos consideravam mais adequadas. Constatamos que os psicólogos são os profissionais que mais encaminham ao serviço. Nos encaminhamentos feitos pelos médicos, percebemos a dificuldade de lidar e mesmo reconhecer o que não é palpável, com o que é "só psicológico". Por fim, consideramos que o que não pode ocorrer na atenção básica em saúde é a própria Psicologia, no entanto, as grandes filas de espera e os encaminhamentos massivos às clínicas-escola de Psicologia deflagrem o reconhecimento da importância da clínica, do atendimento individual.
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