resumo: neste texto, apresentamos um panorama do fa d'ambô, uma língua crioula de base lexical portuguesa falada na ilha de Ano Bom, na guiné equatorial. embora a colonização portuguesa na ilha de Ano Bom tenha sido irregular, o fa d'ambô é uma evidência da presença do mundo português, de um lado e, de outro lado, da sobrevivência de características únicas da cultura portuguesa na ilha de Ano Bom. Mostraremos que o estudo do fa d'ambô da ilha de Ano Bom é uma oportunidade para aumentarmos a compreensão sobre a gênese do protocrioulo do golfo da guiné, em particular, e sobre as línguas crioulas, em geral. Palavras-chave: Fa d'ambô; línguas crioulas; golfo da guiné. aBstract: in this paper, we give an overview of fa d'ambô, a language spoken mainly on the island of Ano Bom, in equatorial guinea. Although Portuguese colonization on the island of Ano Bom was inconsistent, linguistic and cultural factors are unequivocal proof not only of the relationship between these language and the Portuguese world, but also of the survival of characteristics peculiar to Portuguese culture on the island of Ano Bom. We show that studying fa d'ambô is an opportunity to increase our understanding of the origin of the gulf of guinea proto-Creole in particular, and of Creole languages in general. 1 g.antunes@usp.br 2 Agradecemos a tjerk hagemeijer, Armando segorbe, Mário eduardo viaro e gerhard seibert por comentários e sugestões. os erros que permanecem, contudo, são de nossa inteira responsabilidade. Agradecemos à fundação para a Ciência e tecnologia (fCt), no âmbito do projeto The origins and development of creole societies in the Gulf of Guinea: an interdisciplinary study (ptdc/ cle-lin/111494/2009), ao CNPq e à FAPESP pelo apoio financeiro.
Em São Tomé e Príncipe (STP), são faladas três línguas autóctones (santome, lung’Ie e angolar) além do português, língua oficial desde 1975. Neste ambiente multilíngue, contudo, não havia, até o início dos anos 2000, tentativas oficiais de normalização ortográfica dessas línguas nacionais. Em 2010, o Alfabeto Unificado para as Línguas Nativas de São Tomé e Príncipe (ALUSTP), a fim de se representar alfabeticamente as línguas santome, angolar e lung’Ie, foi sancionado. Além disso, desde 2009, o lung’Ie vem sendo ensinado nas escolas do Príncipe, devido, sobretudo, ao incentivo do Governo Regional do Príncipe à difusão da cultura principense. Nessa perspectiva, o presente capítulo tem como objetivo discutir as duas práticas linguísticas mencionadas, tendo em vista que ambas fazem parte de uma importante etapa para a efetivação de ações políticas em cenários multilíngues. Ademais, abordaremos as línguas crioulas de STP sob a perspectiva histórica e linguística em conjunto com sua ortografia unificada.
Resumo: A República de São Tomé e Príncipe é um país multilíngue, onde são faladas línguas crioulas, como o lung'ie, o santome e o angolar, além do português, língua oficial desde 1975. Assume-se que o português santomense (PS) é caracterizado pela nativização de uma L2 (segunda língua) em uma L1 (primeira língua ou língua nativa). Dessa forma, adquirido em um primeiro momento como L2, o português é transmitido como input para as gerações mais novas, consolidando-se posteriormente como L1 (Gonçalves, 2010). Essa transição pode suscitar mudanças e adaptações estruturais que, em conjunto com o contexto de contínuo contato interlinguístico, despertam a possibilidade de afastamento do PS das demais variedades do idioma, nomeadamente o português europeu (PE) e o português brasileiro (PB). Baseado na análise de um corpus naturalístico, o objetivo deste
ResumoNeste artigo, investigaremos os processos morfológic os de itens lexicais nas línguas crioulas de base portuguesa do Golfo da Guiné e no kabuverdianu. Segundo McWhorter (1998), as línguas crioulas são mais simples do que as línguas não crioulas. De forma análoga, Thomason (2001) apresenta a hipótese da transparência semântica, segundo a qual nos casos em que a morfologia aparece em pidgins e crioulos (algo que não é comum), ela tende a ser regular, transparente, sem as irregula ridades comumente encontradas em línguas não crioulas. A despeito desses estudos e de outros que descrevem os mecanismos gramaticais dos crioulos como "simples" e "sem complexidades", apresentaremos dados que comprovam o uso varia do de recursos morfológic os autóctones das línguas estudadas para a criação de novos itens le xicais.Palavras-chaves: línguas crioulas de base portuguesa do golfo da guiné; kabuverdianu; processos morfológic os; morfologia. Morphological Analysis of Creoles Spoken in Gulf of Guinea and of Cape Verdean Creole AbstractThis paper investigates morphologic al processes of le xical items in the Portuguese-based creole languages from Gulf of Guinea and in Cape Verdean Creole. According to McWhorter (1998), creole la nguages are simpler than non-creole languages. In a similar way, Thomason (2001) presents the Semantic Transparency Hypothesis. According to this hypothesis, in cases that morphology occurs in pidgins and creoles (which would not be usual), it tends to be regula r and transparent, and not to contain the irregula rities commonly seen in non-creole languages. Despite these studies and others that describe the grammatical mechanisms of creole languages as "simple" and "complexless", the paper shows data that prove the varied use of native morphologic al resources in the languages under examination for the creation of new le xic al items.
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